Fraquinho, fraquinha...
Eu bem tento entusiasmar-me com a Feira do Livro (a do Porto, convém esclarecer...) mas confesso que ontem a expedição correu mal.Apresentei-me logo pela abertura para evitar o povo ávido de cultura, as criancinhas sedentas de leitura e um tipo que costuma encontrar-me, maravilhar-se com a minha presença, entabular conversa e finalmente sacar-me um empréstimo por conta de um emprego em que vai entrar dali a dias. Tem um estilo extraordinário e uma coragem fora do comum. Eu só o reconheço a meio do show e, nessa altura, fico atrapalhado porque não consigo correr com ele. Normalmente liberto-me com uma pequena dádiva porque de facto não tenho lata para o pôr com dono.
Dizia que a expedição teve fracos resultados porque, sendo um leitor contumaz, começo sempre por dar uma vista de olhos, comprar alguma coisa que me surpreenda, e munir-me dos catálogos que, posteriormente lerei no remanso de uma esplanada ou em casa, anotando futuras compras e certificando-me que não tenho os livros que ambiciono.
E comecemos por aí: algumas das editoras interessantes ainda não tinham catálogos disponíveis. Convenhamos que isto denota uma falta de profissionalismo das gordas. Provavelmente guardaram os poucos catálogos disponíveis para Lisboa e a província que aguente. Se fossem função pública o que não se diria. Mas são empresas privadas e a essas tudo se perdoa...
Segunda observação: os livros do dia são, no mínimo, penosos. Uns monos que nem para assentar uma mesa desequilibrada servem. E o desconto, 20%, não é entusiasmante nos poucos que são menos abortivos.
Terceira observação: a Feira é feita por editoras que, para vender os livros, fazem preços baixíssimos às grandes superfícies ou às principais cadeias livreiras. Mas, mesmo que esqueçamos o desconto imoral que fazem a estes clientes, poder-se-ia pedir que na venda directa fizessem um preço ligeiramente superior ao que fazem aos distribuidores. Ou pelo menos o desconto que se faz aos livreiros e que nunca é inferior a 30%. É que aqui o lucro é imediato, não esperam pelo pagamento 90 ou 120 dias.
10% é o que a FNAC e muitas livrarias nos dão correntemente. Ou seja: não vale a pena ir à feira, perder tempo, sofrer um calor infernal, apanhar encontrões, ser cravado pelo preopinante de que acima falei. O lucro imediato de que já falei permitiria um esforço que parece ninguém está disposto a correr ou a pedir. Depois queixam-se do fraco resultado da feira...
Em suma: se forem à Feira comecem por ler os catálogos porque à vista do público estão os monos a empandeirar depressa ou os livros que “ficam bem” numa estante na sala. Os outros há que procurá-los nas estantes da barraquinha se é que lá estão.
A gravura é apenas a fotografia dos incursionistas presentes no jantar (excelente) do Porto. Da esquerda para a direita: a Guilhermina (o meu olhar) o Joaquim, marido da anterior e incursionista honorário, o José Carlos Pereira (JCP) o “carteiro” (Coutinho Ribeiro agora estabelecido no Anónimo, blog a não perder) , o David Ribeiro (mocho atento) um tipo com uma piada extraordinária e finalmente mcr com menos dez quilos do que no ano passado.
10 comentários:
Concordo consigo MCR, a feira do livro não compensa para o leitor comprador.
Quanto ao livro do dia, normalmente, não o queriria nem de borla...é o costume, livros que ninguém lerá.
Amanhã deve ser interessante, o Miguel Torga...
A foto está muito boa, faltam alguns...Deve ter sido uma grande noite, de amigos.
Um abraço,
Viva MCR,
A foto ficou engraçada. Gostei muito do jantar e de estar convosco. Muito mesmo.
Um abraço
Temos que fazer mais vezes, mesmo que não seja aniversário. Abraços cr
Concordo. Temos que marcar. Pode ser que apareçam mais incursionistas. Era óptimo que a Kamikaze pudesse estar na próxima!
A Kamikaze acabou de ler agorinha mesmo o postal e os comentários, o último acabadinho de colocar.
O postal está um mimo, o que já não surpreende (pois é, MCR, Vexa habituou-nos de tal forma à qualidade dos seus escritos que já a damos por garantida, mais!, já nos achamos com direito a ela, logo nada a agradecer ou elogiar!...)
E a foto... ai a foto! Não fosse eu tão pouco dada à comoção fácil, para mais pública, e escreveria que me tinha emocionado, ao ver o simpático, inteligente e divertido grupo de resistentes incursionistas e eu tão longe, tão longe de tudo, a cabeça ainda e hoje ainda mais na estratoesfera, que até no melhor pano ... Mas talvez isso mesmo desculpe a fragilidade de aqui vir, afinal, dizer mesmo que gostei muito emocionadamente de vos ver aqui hoje, sem aviso, e como gostava que todos pudessemos partilhar mais, ao vivo e na escrita, tudo o que faz destes incursionitas umas pessoas tão especiais.
Adenda: para temperar o tom lamechas do anterior comentário (abomino tudo o que seja lamchice, grrrr!), pergunto agora ao MCR, de novo já muito terra-a-terra: tem ponderado a sugestão feita (por escrito e pessoalmente em Matosinhos), quanto a eventuais alterações ao formato dos seus posts? Há vários peticionáris ... :)
Quanto às Feiras do Livro: conheci a do Porto no ano passado e conseguia ser ainda pior que a de Lisboa! Hoje foi a esta mesma e corroboro tudo o que Vexa escreveu acima. Vai daí, é para já (*) - os preços dos livros de O Mundo em Gavetas vão ter uma mais sigificativa redução quando encomendados directamente à Editora - e não só no período de duração das Feiras!
(*) "para já" equivale a dizer quando o administrador do site finalmente puder actualizá-lo (espero que o mais tardar 2ª f), pois a ideia já por aqui surgira, meu caro :)
Caro MCR, concordo em absoluto com o que escreveu sobre a feira do livro. Tanto que ultimamente nem lá tenho posto os pés.
Quanto ao jantar, foi agradabilíssimo. E concordo plenamente que devemos repetir estes encontros com mais assiduidade.
Um abraço a todos
Kami
já nem sei o que combinei. diga lá que se for coisa factível, cá estou.
Tantos dias sem andar por aqui. Agora só me resta desculpar-me.
E ter saudades de vocês...
Beijos,
Silvia
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