24 maio 2007

A oposição que reage

Ao lermos o que aqui e ali se vai escrevendo sobre a “actualidade” nacional, constatamos que a oposição, à falta de agenda e de convicções próprias, limita-se a seguir os temas que os media (e os blogues) colocam em cima da mesa.

Ideias, programas, acções, propostas com princípio, meio e fim? Não, o que vale mesma a pena é cavalgar a onda que a comunicação social arrasta, seja à volta de um certificado de habilitações, de um processo disciplinar ou de umas afirmações meio tontas de algum membro do governo.

Com esta oposição, diferente entre si, mas muito fragmentada, não será fácil apear Sócrates. E o caso não mudará muito de figura com a vinda de Portas, Menezes e outros que tais. São políticos que falam assertivamente para as televisões e os jornais, mas de reduzida espessura para aquilo de que o país precisa.

1 comentário:

M.C.R. disse...

Embora V. não deixe de ter razão, eu recomendar-lhe-ia profilaticamente que lesse o que era a oposição a Cavaco, a Barroso e mesmo a Santana.
Um desastre! O PS era inexistente.
E quando estou a dizer isto lembro que voto ps desde 1977 ou seja há 30 anos...
As oposições nunca existiram no Portugal parlamentar e democrático. De certa forma eram mais visiveis (graças à forçada invisibilidade com que Salazar as dotava) no tempo do Estado Novo do que agora.
Mas, como isto dá pano para mangas, deixo o resto do meu comentário para um post mais substancial.
Todavia quero recordar-lhe, meu querido JCP, que Eça e Antero, como Teófilo ou Oliveira Martins (para não falar de Herculano e Garrett) pouco ou nada puderam fazer ou dizer na oposição. cvhamo a isso as debilidades do processo português.
Note, caro amigo, que escrevo isto na convicção de que V. parrtilha a minha tristeza com a história miserável da senhora da DREN... ou das patetices do processo UnI.
E creio que a la longue será por aí que alguma coisa desagradável poderá surgir.
Um abraço de um não-oposicionista farto das burrices de um governo que pensa que se pode perpetuar só porque teve a maioria absoluta. Já o dr Soares dizia que pôr demasiados ovos num cesto era mau para a jovem democracia portuguesa. tinha carradas de razão...