30 janeiro 2008

missanga a pataco 42


Uma andorinha não risca o céu dos açores

Pois não. Os açores caçam as andorinhas. Ou talvez não. Se calhar não há andorinhas a riscar o tal céu, por muito que isso pese ao Alexandre O’ Neil esse poeta que encantou gerações de amigos meus e que ainda hoje fornece motes a grandes conversas entre nós.
Também não é de açores, modestas aves de rapina, que a história se faz, mas tão somente de aviões carregados de gente que escalam as ilhas na sua trágica derrota até Guantánamo.
Parece que esse triste turismo teve início ainda sob o governo do actual Alto Comissário da ONU para os Refugiados. Se isso é verdade, convenhamos que estamos perante uma situação demasiado irónica. Depois, o tráfico, continuou alegremente sob os consulados dos senhores Barroso (o que riscava as ruas de Lisboa aos gritos “Vietnam vencerá”) e do menino-guerreiro, essa prova viva de que a democracia, sendo boa, pode dar péssimos frutos. Finalmente o último pacote de viagens nocturnas e enevoadas ocorreu durante este governo excelso que já desmentiu tudo. Há todavia uns ingleses que insistem na veracidade das suas alegações. E há órgãos de informação (sempre essa seita maldita!...) nacionais e estrangeiros que dão acolhimento a essas notícias malévolas... Ah que saudades do dr. Salazar: no seu tempo, não ocorreria haver na imprensa portuguesa novidades tão dissolventes. Aliás nem era preciso negar. Não se nega uma notícia que o não foi. O diabo da democracia, maldita invenção estrangeira, prega-nos cada partida.
Já agora: houve ou não esses voos? Sabia-se o que eram ou não? Se sim, quem autorizou? Se não, que fundamento tinham?
No caso, oh quem dera, de não ter havido esses voos, de que é que se está à espera para pôr em tribunal os difamadores?

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