Terminaram as Olimpíadas de Pequim e começaram as de Londres. Na hora do balanço, há que registar sem dúvida a tentativa de abertura da China ao mundo, mas também as muitas “chinesices” a que assistimos durante este mês, desde as mentiras da cerimónia inaugural à proliferação de agentes destacados para vigiar os cidadãos estrangeiros, particularmente os jornalistas.
A nível nacional, o final dos Jogos Olímpicos é sempre o momento de carpir mágoas. Pelo que não fizemos e pelo que não conseguimos. Lembram-se do desastre total de Barcelona 92? Com efeito, depois de gastarmos muitos milhões de euros na preparação dos Jogos, há que fazer uma avaliação rigorosa em todas as modalidades, em conjunto com as federações, os técnicos e os atletas. Não pode haver intocáveis.
A realidade é que ao ouro de Nélson Évora e à prata de Vanessa Fernandes se juntaram poucos lugares de honra. Os vinte e oito pontos alcançados são a pior classificação desde há muito. Se outrora o nosso objectivo era conseguir apurar o maior número de atletas, hoje isso já não nos basta e devemos ter como meta fazer um conjunto de bons resultados (não estou só a falar de medalhas) em várias modalidades. Mais do que ter dois ou três atletas de elite mundial, essa panóplia de resultados é que reflecte a política desportiva de um país.
A nível nacional, o final dos Jogos Olímpicos é sempre o momento de carpir mágoas. Pelo que não fizemos e pelo que não conseguimos. Lembram-se do desastre total de Barcelona 92? Com efeito, depois de gastarmos muitos milhões de euros na preparação dos Jogos, há que fazer uma avaliação rigorosa em todas as modalidades, em conjunto com as federações, os técnicos e os atletas. Não pode haver intocáveis.
A realidade é que ao ouro de Nélson Évora e à prata de Vanessa Fernandes se juntaram poucos lugares de honra. Os vinte e oito pontos alcançados são a pior classificação desde há muito. Se outrora o nosso objectivo era conseguir apurar o maior número de atletas, hoje isso já não nos basta e devemos ter como meta fazer um conjunto de bons resultados (não estou só a falar de medalhas) em várias modalidades. Mais do que ter dois ou três atletas de elite mundial, essa panóplia de resultados é que reflecte a política desportiva de um país.
5 comentários:
Num país dominado, em absoluto, pelo futebol não sobram muitas oportunidades nem dinheiro para outras modalidades. Para se terem atletas na natação, na ginástica, no atletismo, no judo e em muitas outras modalidades é necessário promover o desporto escolar, incentivar os jovens para a prática desses desportos, o que implica, desde logo, disponibilizar infraestruturas, monitores, etc.
É por aqui que as coisas falham. O Estado, as autarquias, gastam milhões com programas de segurança nas escolas, com o combate à toxicodepência, mas não apoiam minimamente os clubes de bairro ou as associações e clubes não profissionais que sãos as únicas estruturas que ainda asseguram alguma prática desportiva e de onde saem, em regra, o atletas que depois vão aos jogos olímpicos e a outras competições internacionais.
Mas qual o papel do Estado e das autarquias na formação desses atletas? Em regra nenhum ou quase nulo. São as famílias que suportam os encargos com essa formação, cujos custos nem são considerados no IRS. Ora, como se sabe, não são muitas as famílias que têm condições para pagar uma quota mensal e, ainda, ter de custear equipamentos e pagar estágios, deslocações em competições, etc.
Enquanto as entidades públicas não mudarem de política e, porque não, desviarem algum dinheiro de programas paliativos para financiarem actividades mais sadias e que alarguem a prática do desporto a um número bem mais vasto e diversificado, os resultados serão sempre o que têm sido, que até nem são maus de todo face à escassez de vontade política no apoio aos clubes e associações desportivas.
Nem mais!
O desporto escolar é fundamental. As associações desportivas de proximidade também. As bolsas escolares a estudantes que se destaquem no desporto, idem.
Além disso, os resultados não foram assim tão maus.
Caro JSC, concordo consigo que a predominância do futebol tolhe o desenvolvimento de outros desportos - para os nossos jornais (então para os desportivos...) é mais importante uma unha encravada de um jogador de futebol do que um bom resultado internacional de uma qualquer modalidade.
Há também aqui uma questão cultural. Numa sociedade em que só o futebol é publicamente valorizado, faltam os apelos para que os mais jovens se dediquem a outras modalidades. A começar pelos próprios pais. Quando digo que levo o meu filho a ver um jogo de basquetebol ou de andebol, sou olhado por alguns amigos como um verdadeiro "alien".
Quanto às autarquias, investem muito dinheiro nos apoios a clubes e associações, que na sua maior parte é aplicado...no futebol. E não falo de futebol profissional.
Não penso que se deva abrandar nos programas que apelida de paliativos, mas exige-se com efeito uma outra política de promoção e desenvolvimento do desporto. A começar pela escola.
Jonas, concordo contigo. Mas os atletas de alta competição já têm um estatuto escolar privilegiado. Por isso é que é frequente vermos atletas de primeiro nível no basquetebol, no andebol e em outras modalidades acabarem os seus cursos universitários.
Ora, ora. Publiquei o comentário anterior com o no0me do João. Mas era eu :-)
Os resultados mostram, como disse, mais abaixo, a verdadeira cultura desportiva do país.
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