28 novembro 2008

Hipotecas Afortunadas

Um dos aspectos inovadores da crise foi o aparecer de novos conceitos para caracterizar o lado negro da coisa. Foi assim que se começou a falar em “activos extravagantes”, em “activos tóxicos”. Agora aparecem as “hipotecas afortunadas”.

Ontem um administrador do BES resumiu bem a moral dos dias actuais. Quando o jornalista lhe perguntou se o BES estava disponível para ajudar o BPP, o Senhor administrador respondeu: o BES está sempre disponível para ajudar o país.

A notícia aqui colada mostra os porquês.

2 comentários:

Luís Bonifácio disse...

"o principal objectivo da operação de salvamento é impedir que o colapso do BPP afecte os financiamentos dos restantes bancos portugueses junto da banca internacional."

Tretas. o principal objectivo é impedir que alguém meta a boca no trombone.

O meu olhar disse...

Alguns pontos retirados da referida notícia e sem comentários:


“…o Estado vai servir de fiador do BPP neste empréstimo, recebendo como penhor vários activos detidos pelo banco liderado por João Rendeiro, que opera no segmento da gestão de fortunas.



O BPP tem como principais accionistas o próprio João Rendeiro, através da Joma Advisers (com 12,5 por cento do capital), bem como Francisco Pinto Balsemão (com 6,02 por cento), Stefano Saviotti (com 5,83 por cento) e a família Vaz Guedes (com 5,81 por cento).


O banco conta ainda com investidores como Joaquim Coimbra e a Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD), com 2 e 2,19 por cento, respectivamente, que têm em comum o facto de serem também ambos accionistas da Sociedade Lusa de Negócios, a 'holding' que era proprietária do BPN.

No ano passado, o resultado líquido do banco ascendeu a 24 milhões de euros, tendo sido distribuídos pelos accionistas dividendos no valor de 12 milhões de euros.