16 janeiro 2009

O veto

Manuela Ferreira Leite anunciou ontem o veto do seu partido à candidatura do inefável Gonçalo Amaral, ex-inspector da PJ no Algarve, à presidência da Câmara de Olhão. Fez bem. MFL não quis misturar os casos de Maddie e de Joana, os livros, as teses e os comportamentos de Amaral, mais as ideias (?) deste para o concelho algarvio.
Contudo, MFL não assumiu essas razões e preferiu dizer que Amaral ainda há pouco era um agente da justiça e que o PSD não quer criar uma imagem de promiscuidade entre a política e a justiça. Ora essa! A toda a hora há magistrados e inspectores a transitar entre a justiça e os mais variados cargos de nomeação política. Para não ir mais longe, não foi o PSD, com MFL a vice-presidente, que foi buscar o juiz Fernando Negrão, após uma saída abrupta da direcção nacional da PJ, e fez dele secretário de Estado, ministro, deputado e candidato às presidências das Câmaras de Setúbal e Lisboa?
MFL deveria ter personalizado este caso e dizer abertamente por que é que Gonçalo Amaral não serve. Para se ficar a saber do que a casa gasta, como bem fez Marques Mendes a este propósito.

5 comentários:

Ricardo Sardo disse...

Concordo. É verdade que MFL foi um pouco injustiçada nesta questão (muitos pedem personalidades "afastadas" da política partidária e quando escolhe uma é criticada por fazê-lo), mas a verdade é que a própria criou a contradição que agora lhe é apontada com a escolha de Negrão para Lisboa. Se não concorda com o nome de Gonçalo Amaral, deveria explicar porquê, porque a justificação dada não serve.
Cumprimentos.

d' Oliveira disse...

Todos os partidos já se serviram da Justiça para arranjar ministros e secretários de Estado.
E enquanto não houver, como devia haver, uma norma que vede o acesso de magistrados a cargos políticos não vejo onde está o acto censurável (do ponto de vista legal, claro.
Também não me parece que seja necessário explicitar as razões do veto a Amaral. E não creio que haja alguém que não perceba as razões de MFL.
Se bem recordo não foi MFL quem atirou Negrão (que está afastado da magistratura) para Lisboa.Ou não foi ela sozinha que o PSD tem (e tinha na altura) outros a mandar.

Ricardo Sardo disse...

Parece-me que MFL era presidente da distrital de lisboa do PSD.

M.C.R. disse...

Também suspeito que MLF era qualquer coisa em Lisboa nessa altura. não era é da direcção nacional do PSD.

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Têm razão. MFL não era vice-presidente de Durão Barroso. Foi líder parlamentar e presidente da distrital de Lisboa. Mais tarde foi presidente da Mesa do Congresso.