Esta notícia é do mais sério que pode haver num país que apesar de oito séculos parece mais uma estouvada criação de algum deus malicioso apaixonado pela leitura do Peter Pan.
Na ridente vila (será cidade?) de Paredes de Coura, as escolas desfilam num corso de Carnaval. Parece que alguma vez um grupo de educadores terá achado que em vez da gramática, da aritmética e da leitura, as crianças deveriam mascarar-se de parvas e, ala que se faz tarde, emular as escolas de samba do Rio ou os desfiles tristonhos e moribundos de Veneza.
Entretanto, dado o volume de tarefas (e a luta dos professores contra o Ministério e as suas habituais prepotências...) o Conselho Pedagógico decidiu eliminar das actividades escolares a marcha dos gaiatos. Ai Jesus que se acaba o mundo!, terão regougado pais e encarregados de educação. “que é que se faz às pobres criancinhas assim despojadas de uma tão alta prova de futura cidadania e cultura?”
A extraordinária DREN (leia-se sem sorrir: Direcção Regional de Educação do Norte) sempre atenta ao sentir profundo das populações que pastoreia, ouviu a queixa das almas jovens, e menos jovens, de Paredes de Coura e determinou, num dos seus habituais e beneméritos ukases, que o desfile se fizesse e que nele participassem os senhores professores sob pena de processo disciplinar ao que se intui da leitura do jornal.
O cortejo ter-se-á realizado hoje, sexta-feira, e terá tido a forçada participação dos docentes.
Ignora-se se os senhores professores iam mascarados. É provável que fossem. De carneiros obedientes? De animais destinados à hecatombe em honra de um deus Momo imbecil e que pouco ou nada diz à tutelar DREN? Terá a DREN despachado para o local o seu habitual circo de informadores para verificar se tudo correu como se determinava? Terá a senhora directora da dita DREN, de sua graça Margarida Moreira, estado presente? E, estando, estaria à futrica ou ataviada carnavalescamente para escarmento dos professores rebeldes? E neste último caso que fantasia levava? A rainha madrasta da Branca de Neve? Pluto? Fantasma da Ópera? Cinderela? Ou iria simples mas bem de Margarida Moreira?
É que nesta historieta não se sabe bem o que mais devemos admirar: se os pais de Paredes de Coura, se os professores que se prestam a esta fantochada, se a distinta Câmara Municipal que também se terá dado por achada ou simplesmente essa aberração educacional que já é visita dos jornais de escândalos por via das singularidades a que dá cobertura. Refiro-me obviamente a esse cadáver que dá por DREN e que fechado, além de muito dinheiro, pouparia o país e os cidadãos ao espectáculo do ridículo. Decididamente esta gente não sabe nem aprende.
* e já agora que estamos com a mão no pífio carnaval que por cá se usa: não acham incrível a história da proibição de um magalhães com uma menina despida e censurado pela excelentíssima senhora procuradora de Torres Vedras? Eu não quero discutir com tão alta autoridade o significado da palavra pornográfico mas gostaria mesmo assim de ver a explicação...
E depois o Ministério Público admira-se com o descaso com que os cidadãos o brindam. E não haverá ninguém que telefone discretamente para Torres Vedras, para o Tribunal, para evitar que o ridículo arruíne as austeras paredes do que deveria ser apenas e tão só um local onde se aplica a Justiça?
Na ridente vila (será cidade?) de Paredes de Coura, as escolas desfilam num corso de Carnaval. Parece que alguma vez um grupo de educadores terá achado que em vez da gramática, da aritmética e da leitura, as crianças deveriam mascarar-se de parvas e, ala que se faz tarde, emular as escolas de samba do Rio ou os desfiles tristonhos e moribundos de Veneza.
Entretanto, dado o volume de tarefas (e a luta dos professores contra o Ministério e as suas habituais prepotências...) o Conselho Pedagógico decidiu eliminar das actividades escolares a marcha dos gaiatos. Ai Jesus que se acaba o mundo!, terão regougado pais e encarregados de educação. “que é que se faz às pobres criancinhas assim despojadas de uma tão alta prova de futura cidadania e cultura?”
A extraordinária DREN (leia-se sem sorrir: Direcção Regional de Educação do Norte) sempre atenta ao sentir profundo das populações que pastoreia, ouviu a queixa das almas jovens, e menos jovens, de Paredes de Coura e determinou, num dos seus habituais e beneméritos ukases, que o desfile se fizesse e que nele participassem os senhores professores sob pena de processo disciplinar ao que se intui da leitura do jornal.
O cortejo ter-se-á realizado hoje, sexta-feira, e terá tido a forçada participação dos docentes.
Ignora-se se os senhores professores iam mascarados. É provável que fossem. De carneiros obedientes? De animais destinados à hecatombe em honra de um deus Momo imbecil e que pouco ou nada diz à tutelar DREN? Terá a DREN despachado para o local o seu habitual circo de informadores para verificar se tudo correu como se determinava? Terá a senhora directora da dita DREN, de sua graça Margarida Moreira, estado presente? E, estando, estaria à futrica ou ataviada carnavalescamente para escarmento dos professores rebeldes? E neste último caso que fantasia levava? A rainha madrasta da Branca de Neve? Pluto? Fantasma da Ópera? Cinderela? Ou iria simples mas bem de Margarida Moreira?
É que nesta historieta não se sabe bem o que mais devemos admirar: se os pais de Paredes de Coura, se os professores que se prestam a esta fantochada, se a distinta Câmara Municipal que também se terá dado por achada ou simplesmente essa aberração educacional que já é visita dos jornais de escândalos por via das singularidades a que dá cobertura. Refiro-me obviamente a esse cadáver que dá por DREN e que fechado, além de muito dinheiro, pouparia o país e os cidadãos ao espectáculo do ridículo. Decididamente esta gente não sabe nem aprende.
* e já agora que estamos com a mão no pífio carnaval que por cá se usa: não acham incrível a história da proibição de um magalhães com uma menina despida e censurado pela excelentíssima senhora procuradora de Torres Vedras? Eu não quero discutir com tão alta autoridade o significado da palavra pornográfico mas gostaria mesmo assim de ver a explicação...
E depois o Ministério Público admira-se com o descaso com que os cidadãos o brindam. E não haverá ninguém que telefone discretamente para Torres Vedras, para o Tribunal, para evitar que o ridículo arruíne as austeras paredes do que deveria ser apenas e tão só um local onde se aplica a Justiça?
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