06 março 2009

UM ESTADO QUE TOME CONTA DE NÓS

Os dias têm andado tristes, enfadonhos, mortiços, sem nada que nos anime ou transponha para dias claros. Acabaram-se os amanhãs que cantam e mesmo o Sol tende a não aquecer igualmente. Aproxima-se o tempo das flores silvestres. O rosmaninho vai cobrir montes e vales, tal como a carqueja formarão mantos imensos de cor intensa. Mesmo assim não há cor para estes dias. Nem o anúncio do volume de lucros jamais alcançado pela EDP ("3 milhões de euros por dia em 2008" in Público) tem o condão de nos despertar. Tão-pouco nos anima os progressivos lucros, acabados de anunciar, da GALP. Trata-se de fogachos em noite de santos populares animados por um exército (em formação) de desempregados. Ainda ontem a televisão dizia que a classe média está a começar tomar banho nos balneários públicos. Num outro dia, um outro canal, dizia que muitas famílias da classe média estão a recorrer ao Banco Alimentar. E uma rádio alertava para o facto da mesma classe média estar a deixar de pagar as mensalidades dos colégios dos filhos. Mais triste ainda, famílias há que estão a forçar os filhos e irem de lancheira para os colégios. Tudo notícias bárbaras, que nos entristecem ainda mais. Segundo os jornais de hoje os accionistas da ZON vão ver reduzida a sua participação nos lucros da empresa. Ora aí está, mais gente a perder poder de compra. Lá vai ter que se reforçar o abastecimento do Banco Alimentar e as autarquias terão que lançar um plano de remodelação e reforço dos balneários públicos. A exemplo do que muitas já estão a fazer no apoio aos que não pagam a renda da casa. É preciso estender este movimento a todas as rendas: a renda (prestação) do carro, do plasma, das últimas férias, etc.
Enfim, é preciso um Estado que tome conta de nós!

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