05 junho 2004

Fábula do lobo, da lua e do queijo

À aproximação do meu dia, dedico este sermão ao Venerável Manuel da Grande Loja do Queijo Limiano:

Diz-se que um lobo, ao ver a lua num poço, julgou tratar-se de um queijo. Por conselho da raposa, desceu ao poço e nada encontrou, e ali ficou com tristeza. Ao encontrarem-se ali uns rurais, mataram-no à pedrada. Assim, um religioso vê no poço da vaidade mundana a lua a caminhar na sua claridade; acreditou o estulto no conselho da raposa, figura da concupiscência carnal, que o bem transitório e mutável é verdadeiro e duradouro. Enganado, desce de Jerusalém para Jericó, da altura da contemplação para o poço da cobiça; e assim cai nas mãos dos ladrões, que o despojam e enchem de feridas, e se retiram, abandonando-o semivivo.

Sermões de Santo António
(13º Domingo depois do Pentecostes, II, 45)

2 comentários:

Manuel disse...

Cui peccare licet peccat minus...

Primo de Amarante disse...

Do livro do "Génesis"

"Depois Jacob disse:

Encher-te-ei de benefícios e farei que a tua posteridade seja como a areia do mar, cujo número é incalculável"
Vers.13