Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo nos cai
em cima. Depois
ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam.
Não lhes sei o nome. Uma
ou outra parece-se comigo.
Quero eu dizer: com o que fui
quando cheguei a ser
luminosa presença da graça,
ou da alegria.
Um sorriso abre-se então
num verão antigo.
E dura, dura ainda.
Eugénio de Andrade , in: Os lugares do lume. FEA
14 junho 2004
Há dias
Marcadores: Poesia, Primo de Amarante (compadre Esteves-JBM)
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1 comentário:
A memória resgata verões?
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