03 junho 2004

Lido

"Esta quarta-feira, o jornal «Público» e o «Jornal de Notícias» noticiaram que os dois subdirectores tinham sofrido pressões do director nacional da PJ, Adelino Salvado, para abandonarem funções.
O Sindicato dos Investigadores da PJ garante que não aceitaria qualquer tipo de influência nos processos, por isso recusa essa hipótese.
«No dia em que um director chegue à Polícia e tente parar um processo e tente dar uma indicação que o processo A,B ou C não anda seja pelo que for, há uma revolta na PJ», assegurou Carlos Anjos, presidente do sindicato.(...)
Para Carlos Anjos o pedido de demissão dos subdirectores do director da PJ do Porto é normal, uma vez que tinham sido nomeados por ele.
«Quem escolhe os seu subdirectores é o director nacional adjunto que entra. É normal rodear-se de pessoas da sua confiança pessoal», justificou."

lido na TSF on line

(...) "ontem à noite, Teófilo Santiago e João Massano, os homens que pensaram e dirigiram a operação "Apito Dourado", ainda nem sequer tinham sido oficialmente informados do afastamento. Souberam-no pelos jornais, nomeadamente pelo JN, que ontem dava conta da nova equipa. Teófilo Santiago deverá agora pedir transferência para Aveiro, na qualidade de coordenador superior. Massano deverá aceitar uma comissão de serviço fora do país.
A substituição está longe de ser pacífica e não é encarada como um procedimento normal na PJ. Tratando-se de um assunto do foro pessoal de Artur Oliveira (que apresentou a demissão depois de o pai e do irmão terem sido detidos), nada faria supor que os subdirectores fossem substituídos. Não foi assim noutros momentos da vida da PJ, designadamente na directoria do Porto, onde não há memória de um subdirector ter sido "despromovido" e colocado como coordenador numa inspecção.
Aliás, o último caso conhecido de despromoção aconteceu precisamente com a direcção de Adelino Salvado e o alvo foi o número dois de Maria José Morgado. Carlos Farinha está hoje à frente da secção que investiga o fogo posto, em Coimbra, depois de ter sido sido subdirector do combate à criminalidade económica.
Refira-se ainda que, no mesmo dia em que os subdirectores da PJ do Porto souberam da sua substituição pelos jornais, Almeida Rodrigues, subdirector de Coimbra, foi reconduzido. A saída de Ataíde das Neves daquela directoria e a entrada de Mouraz Lopes, um juiz do Centro de Estudos Judiciários, não pôs em causa a sua continuidade."
lido no Jornal de Notícias.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando o director nacional da PJ explicou que os subdirectores substituídos (Teófilo Santiago e João Massano) colocaram o lugar à disposição, após a saída de Artur Oliveira, na sequência da detenção do pai e de um irmão deste último, mente descaradamente. O que se passou, foi: "ou o senhor põe o lugar à disposição ou demito-o eu", sem hipótese de outra escolha.

Anónimo disse...

Já há algum tempo se previa o que aconteceu. O "apito dourado" não só destapa a promiscuidade entre política e futebol, como também entre construtores civis e partidos. Muitas campanhas internas aos partidos resultam desta promiscuidade e não só as campanhas externas. São milhões que estão em jogo, segundo dizem. E muita gente importante que pode saltar para o escândalo.