16 junho 2004

"Maioria recusa audição com Salvado e Cardona"

Excertos da notícia de hoje (14H02) na TST on line -

"O PSD e o CDS-PP recusaram a ida de Celeste Cardona e de Adelino Salvado ao Parlamento. O pedido tinha sido feito pela oposição que queria ouvir o responsável máximo pela Polícia Judiciária e a ministra da Justiça sobre as demissões na PJ do Porto.
Luís Marques Guedes do PSD veio em defesa da honra da maioria.
«Aquilo que se pretende é que o governo apresente explicações sobre as razões e os critérios que levaram a estas substituições, a oposição não quer isso», afirmou o social-democrata.

A maioria aprovou apenas um requerimento que visa pedir esclarecimentos à ministra da Justiça sobre os contornos das demissões na Polícia Judiciária mas por escrito."

2 comentários:

Anónimo disse...

E bem andaram os deputados do PP e do PSD em não deixar o Salvado ir ao Parlamento. O homem podia chatear-se por esse gesto de ingratidão e contar, tim tim por tim, os porfiados esforços que fez para reprimir quaisquer veleidades dos investigadores do caso Moderna para obter indícios incriminatórios do ministro Portas; podia também explicar as directivas que deu verbalmente para não serem investigados outros processos que abalassem a consistência e o crédito público da coligação no poder. Podia explicar por que mandou às malvas a Lei Orgânica da PJ e está a proceder a promoções administrativas, lesando candidatos ao concurso para inspectores coordenadores. Podia ainda explicar a razão por que tão incomodado ficou com a investigação do Apito Dourado que parece ter posto a nu as qualidades éticas da nossa classe política e as negociatas com o Metro do Porto. Salvado não podia ir a S. Bento, pois ainda teria de sossegar o Cruz e Silva. E dizer-lhe que o inspector que está a fazer diligências no terreno já tem o processo disciplinar do costume, para não andar a meter o nariz onde não deve, ainda menos numa situação que indicia financiamento do PSD à custa do erário público. E também teria de sossegar o deputado Preto, bem como todos os que podem ser chamados a prestar contas à justiça. Se Salvado mandasse na PSP, o que felizmente não sucede, a operação "Party" teria tido a amplitude que teve?
Dito isto, para que razão havia o desembargador Adelino ir prestar contas ao Parlamento? A maioria não esquece quem com tanta diligência a protege, apesar de ainda não ter conseguido que o director nacional pastoreie as concsciências cívicas dos portugueses e evitar desaires - "banhada", diz o prof. Marcelo, como as de domingo. A maioria PP/PSD enche a boca com os exemplos americanos, mas não quer seguir o exemplo do Senado dos EUA que não hesista em chamar a prestar contas o director da CIA, o próprio presidente George W, ou generais mobilizados para o Iraque. Isso são maus exemplos que um país de bananas não deve seguir.
Siga a marinha e comprem muitos submarinos, que as comissões são fartas e a sua apropriação ficará impune, pelo menos enquanto Adelino Salvado estiver à frente da PJ.

josé disse...

O anónimo comentador fez um requisitório interessante e a propósito das comissões dos submarinos, devo lembrar também que as comissões da compra dos Airbus e que tanta celeuma deu na altura da eleição presidencial em que o Cavaco concorreu, já foram investigadas.

Resultado? O Público deu a notícia e levantou a ponta do véu, neste caso diáfano. Disse que ficou provada a corrupção com a entrega de luvas, mas não foi possível apurar a quem teriam sido entregues, devido a uma conjunto de intrincadas triangulações de depósitos em offshores. Aí têm o exemplo do crime perfeito e o exemplo para o que vai acontecer com submarinos, fragatas, e outras negociatas.
É o reino da impunidade.
Não querendo passar por demasiado justicialista , direi que quando se não punem os culpados, castigam-se os inocentes. Por isso, trata-se neste caso de escolher o campo que até é surpreendemente de divisão entre bons e maus: de um lado, o poder da corrupção; do outro, os que têm o dever de a combater.