15 julho 2004

Ainda as Motivações

Entrevista ao juiz Paulo Pinto de Albuquerque, no JN de hoje:
(...)
JN - Por que deixa então o Tribunal da Boa-Hora e pediu uma licença sem vencimento de longa duração?

PPA - Tratou-se de uma decisão que vinha amadurecendo há algum tempo e que é de natureza profissional. Na sua base estão três grandes motivos: o primeiro, para ter tempo para escrever um livro sobre a reforma da justiça criminal em Portugal, baseado nos estudos que faço há 13 anos; o segundo, para dedicar mais tempo a dar aulas na Universidade Católica, onde sou professor, até porque os incentivos que me deram foram fantásticos e vou fazer, para o ano, um curso de pós-graduação novo no país, em estudos penitenciários, além de continuar a dar aulas no curso de Direito; finalmente, o terceiro, é para me permitir uma intervenção cívica na sociedade portuguesa mais activa e sem os constrangimentos do estatuto dos magistrados. Há uma crise na Justiça e eu posso ajudar de fora a resolver esse problema.

JN - Ajudar como? Foi convidado para algum cargo político?

PPA - Não. Não tenho qualquer contacto com qualquer partido político. Quando digo ajudar, é através dos meus conhecimentos, escrevendo, por exemplo, artigos para órgãos de Comunicação Social e dando entrevistas. Dotando também os órgãos decisores de pareceres que os ajudem a melhorar o sistema judicial. Neste momento, há diplomas fundamentais em debate, como a reforma do Processo Penal e a reforma penitenciária, que eu acho que não irão resolver a crise. Vivemos um momento chave de mudança da Justiça e é preciso contributos.Quero colocar os 17 anos que tenho de conhecimentos em Justiça Criminal e os 14 anos de funcionamento da máquina judicial ao serviço dos decisores políticos, para estarem munidos de pareceres mais adequados ao tempo que vivemos.
(...)

2 comentários:

josé disse...

Tudo o que o gajo propõe, podia ser feito num...blog.

Até o livro!

Faltou a pergunta:
Se não tivesse lhe tivesse calhado o processo Casa Pia, teria tomado a mesma decisão, agora?

E outra ainda:

Se tinha todos esses fantásticos projectos a aguardar oportunidade, porque raio queria ir para o tribunal Europeu dos Direitos do Homem?!

E uma última:
A sua auto-estima em que grau se pode estimar?

Fora de brincadeiras, acho que o académico Albuquerque pode efectivamente ajudar alguma coisa nestas matérias.
Espero para ver.

Anónimo disse...

Tanta banalidade. Dá aulas de borla?
Vai ter um processo por violação do dever de reserva?