Estranho grito, este,
numa boca amordaçada
- tem o cheiro dos silêncios
de uma casa assombrada.
Estranho grito, este,
num peito cheio de nada
- tem o calor dos verões
em tempestade amainada.
Estranho grito, este,
numa noite inacabada
- tem o sabor acre do sal
de uma praia abandonada.
Estranho grito, este,
numa alma atribulada
- tem as grilhetas de ferro
de uma águia enjaulada.
(Do mesmo Anónimo, que transitou do séc. XX para o XXI)
(O carteiro está com uma gripe monstruosa e, por isso, dá-lhe para citar anónimos)
19 julho 2004
Grito
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro), Poesia
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
andam por aí maus olhados, caramba! as melhoras...
As melhoras, sr. carteiro.
A doença não é poesia, mas a poesia pode brotar da (e durante uma doença).
Não vou recordar alguns bons poetas que o foram, porque um dia estiveram doentes.
As melhoras.
Olhem lá ...
sempre há farra poética no Triplex esta sexta, ou entrou tudo na clandestinidade ?
LC previu muitas ausências, Tomas disse logo que não podia ir e sugeriu Setembro, pelo que rumarei a sul na própria 6ª feira...
Obrigada pelo poema e melhoras.
Enviar um comentário