Ontem à noite, na Sic Notícias, vi e ouvi Alberto João Jardim afirmar, no seu habitual estilo tonitruante, que (cito de memória) se Jorge Sampaio convocasse eleições antecipadas estaríamos perante um golpe de estado, uma acção de guerrilha e que aos golpes de estado e à guerrilha se responde com contra-golpes e contra-guerrilha, pelo que esperava que, se aquela situação se viesse a verificar, o PSD e o CDS se recusassem a participar nas eleições.
Procurei na comunicação social, estive atenta aos noticiários e… nada! Nem reminiscência das ditas declarações. Como, apesar de ser já tarde quando presenciei o espectáculo, sei que estava bem acordada, pergunto-me: será que não procurei o suficiente ou será que uma epidemia de pudor e decoro assolou a comunicação social deste país? Ou tratar-se-á, afinal, de um desusado e caritativo acordo tácito de silenciamento?
06 julho 2004
Mistério…
Marcadores: kamikaze (L.P.), política, sociedade
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4 comentários:
Também vi. Foi um verdadeiro espectáculo. Razões editoriais devem ter tirado o discurso do ar.
Ó kamikase ouve referências mas muito marginais o que justifica a sua pergunta. Embora na comunicação social bem mandada que temos não sejam necessário acordos, basta que tenham conhecimento do que os poucos donos querem que seja notícia e quando seja notícia.
Nota pessimista: esse Alberto João é um que ganha eleições há quase 30 anos, é verdade que à custa de dinheiro que não é dele, mas não só, também de muito pagode, muito populismo, folclore e carnaval e total e absoluta ausência de ideias, ideologia ou memória, e também com adversários tudo menos credíveis... o que pode ser mais uma acha para os piores pesadelos quando se pensa num outro palhaço, que apesar de não exibir as cuecas é muito parecido ao jardim do além mar, e até gosta de revelar outras coisas que alguns pensam serem da intimidade. E acontece que o aludido palhaço tem hoje o adversário ideal ansioso e à espera, de Ferro e quase tão bom como o Jr. Soares. Assim não sei mesmo se os donos um destes dias não decidem que afinal a não notícia deve passar a ser notícia para impulsionarem a decisão do impulsivo e entusiástico PR (do viva a selecção, viva o europeu de foot, viva o europeu comissariado, e sabe-se lá o quê mais).
Mas enfim kamikase, desculpe lá as deambulações e a partilha de pesadelos e parabéns pelo post.
Assinado- Kase
As declarações foram omitidas pela mesma razão que o CSM não averiguou convenientemente o que se passou, no 5 de Maio de 2003, no Tribunal da Relação de Guimarães
o Venerável Irmão Carlos queria dizer -mas faltou-lhe a verbe - que a causa, primeira e última, num caso e outro foi a defesa do Superior e Legitimo Interesse Pátrio, conceito que naturalmente não é do entendimento, muito menos está ao alcance, de qualquer um...
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