"Será a esquerda socialista capaz de gerar um projecto de futuro ou está condenada a viver das saudades do passado e das glórias do antifascismo, num combate de retaguarda? Como articular o património de convicções e valores da esquerda democrática com uma resposta ousada e consistente aos desafios da modernidade? Esta é uma questão decisiva."
Do post de 23 de Julho, por VJS, na Causa Deles
"Prefiro mil vezes o romantismo «démodé» mas genuíno de Alegre ao novo-riquismo «modernista» e empertigado de Sócrates. Mesmo quando nos irrita com os seus ares de aristocrata «blasé» e eterno diletante da política, Alegre tem uma espessura como personagem que o distingue da inconsistência robotizada de Sócrates (a sua recente entrevista à revista do «Expresso» é, a esse respeito, exemplar).
Evidentemente, Sócrates programou-se (ou foi programado) para ganhar, enquanto Alegre parece assumir (mesmo quando pretende o inverso) a pose romântica do lutador destinado a perder, mas com honra, uma batalha simbólica. Além disso, Alegre representa, «malgré-lui», um PS arcaico e saudosista que, apesar das proclamações em contrário, tem notória dificuldade em ultrapassar o mero terreno ideológico ou a condição mítica de representante das classes oprimidas ou marginalizadas pelo neo-liberalismo."
Do post de 30 de Julho, por VJS, no Causa Deles
"Manuel Alegre conta firmemente perder e, por isso, o propósito da sua candidatura não é com certeza o que ele diz. Posta perante a anunciada - e agora inevitável - vitória de Sócrates, que ela não tolera, a Esquerda do PS, em vez de apoiar um candidato «viável», preferiu mostrar a sua força, sem qualquer espécie de compromisso prático ou concessão ideológica.Se conseguir um resultado decente (35, 40 por cento), força Sócrates dali em diante a negociar com ela cada passo dentro e fora do partido (lugares para as municipais; listas para 2006; futuro Governo, se o houver). Ou, por outras palavras, funda uma autêntica «tendência», com autonomia e autoridade própria. Manuel Alegre foi escolhido para a representar e simbolizar. Não foi escolhido para um corpo a corpo com Sócrates, que ele não aceitaria. A intenção é ir eliminando pouco a pouco o «guterrismo» do PS. Com muita paciência."
Do artigo de Vasco Pulido Valente no DN de 31 de Julho
Do post de 23 de Julho, por VJS, na Causa Deles
"Prefiro mil vezes o romantismo «démodé» mas genuíno de Alegre ao novo-riquismo «modernista» e empertigado de Sócrates. Mesmo quando nos irrita com os seus ares de aristocrata «blasé» e eterno diletante da política, Alegre tem uma espessura como personagem que o distingue da inconsistência robotizada de Sócrates (a sua recente entrevista à revista do «Expresso» é, a esse respeito, exemplar).
Evidentemente, Sócrates programou-se (ou foi programado) para ganhar, enquanto Alegre parece assumir (mesmo quando pretende o inverso) a pose romântica do lutador destinado a perder, mas com honra, uma batalha simbólica. Além disso, Alegre representa, «malgré-lui», um PS arcaico e saudosista que, apesar das proclamações em contrário, tem notória dificuldade em ultrapassar o mero terreno ideológico ou a condição mítica de representante das classes oprimidas ou marginalizadas pelo neo-liberalismo."
Do post de 30 de Julho, por VJS, no Causa Deles
"Manuel Alegre conta firmemente perder e, por isso, o propósito da sua candidatura não é com certeza o que ele diz. Posta perante a anunciada - e agora inevitável - vitória de Sócrates, que ela não tolera, a Esquerda do PS, em vez de apoiar um candidato «viável», preferiu mostrar a sua força, sem qualquer espécie de compromisso prático ou concessão ideológica.Se conseguir um resultado decente (35, 40 por cento), força Sócrates dali em diante a negociar com ela cada passo dentro e fora do partido (lugares para as municipais; listas para 2006; futuro Governo, se o houver). Ou, por outras palavras, funda uma autêntica «tendência», com autonomia e autoridade própria. Manuel Alegre foi escolhido para a representar e simbolizar. Não foi escolhido para um corpo a corpo com Sócrates, que ele não aceitaria. A intenção é ir eliminando pouco a pouco o «guterrismo» do PS. Com muita paciência."
Do artigo de Vasco Pulido Valente no DN de 31 de Julho
2 comentários:
Pelos vistos, até o "simbolismo" que Manuel Alegre parece pretender personificar cede facilmente ao pragmatismo eleitoral - vide imediato recuo perante a "força do aparelho" representada por Jorge Coelho, que "atacou" para logo "desatacar"... Se fosse uma "batalha a sério" e não "simbólica" até onde chegaria o pragmatismo?
Ai ai, que belas opções de escolha para a esquerda PS!
Eu também me assusto - e muito! - com o Lacão ao lado do Alegre; e rio-me (que mais posso fazer) ao ver outros, como a inefável Maria de Belém Roseira,que tem a arte de falar interminavel e monocordicamente sobre qualquer assunto que se lhe presente, sem que, no final, se consiga extrair uma ideia.
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