de Francisco José Viegas
(...) "soprar para os jornais" é um hábito das democracias.
À medida que os "sopros" se vão tornando mais insuportáveis, estamos diante de um vendaval de informações desencontradas e com origem incerta e despropositada, cujo único objectivo é o de salvar o "bloco central dos interesses". Isso já foi conseguido. O processo da Casa Pia é um pudim impressionante em que a opinião pública (e o celebrado "interesse público") está esmagada por todo o género, não só de informações contraditórias, mas também de convicções contraditórias.
Neste momento, a principal dúvida reside em saber se a Casa Pia existe mesmo.
A história das cassetes é, provavelmente, o golpe final. Bem podem os defensores do "interesse público" pedir a divulgação, na íntegra, do conteúdo das gravações; não o conseguirão. Os diálogos serão revelados a conta-gotas, parcialmente, omitindo personagens e fragmentos substanciais. O próprio boato que menciona a multiplicação das cópias é perfeitamente compreensível e essa estratégia (e a sua assinatura) é conhecida por qualquer leitor de romances policiais. Desde o início estava escrita a salvação desse "bloco central de interesses" - basta ler os resumos da Imprensa, desde Março do ano passado.
Em síntese: a questão, agora, é a do segredo de Justiça. O país inteiro, cheio de especialistas em processo penal, já esqueceu a Casa Pia.
(...) "soprar para os jornais" é um hábito das democracias.
À medida que os "sopros" se vão tornando mais insuportáveis, estamos diante de um vendaval de informações desencontradas e com origem incerta e despropositada, cujo único objectivo é o de salvar o "bloco central dos interesses". Isso já foi conseguido. O processo da Casa Pia é um pudim impressionante em que a opinião pública (e o celebrado "interesse público") está esmagada por todo o género, não só de informações contraditórias, mas também de convicções contraditórias.
Neste momento, a principal dúvida reside em saber se a Casa Pia existe mesmo.
A história das cassetes é, provavelmente, o golpe final. Bem podem os defensores do "interesse público" pedir a divulgação, na íntegra, do conteúdo das gravações; não o conseguirão. Os diálogos serão revelados a conta-gotas, parcialmente, omitindo personagens e fragmentos substanciais. O próprio boato que menciona a multiplicação das cópias é perfeitamente compreensível e essa estratégia (e a sua assinatura) é conhecida por qualquer leitor de romances policiais. Desde o início estava escrita a salvação desse "bloco central de interesses" - basta ler os resumos da Imprensa, desde Março do ano passado.
Em síntese: a questão, agora, é a do segredo de Justiça. O país inteiro, cheio de especialistas em processo penal, já esqueceu a Casa Pia.
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