Estou sem "onda" - alguém me disse que o mar está chão. Ou que esteve chão, quando eu deixei o mar. Entretanto, enquanto a vida dança, segundo Munch, eu estou parado a olhar a dança, com o olhar petrificado - a inestética de quem não dança... - de quem nem sequer tem vontade de se mover.
Leio livros até de manhã, leio Sidney Sheldon, que é fácil e é coerente. Pelo meio, vejo telenovelas portuguesas, enquanto tento perceber se a ficção é mais ou menos real do que a realidade. Por momentos, retomo a velha ideia de fugir para longe, onde tudo começa de novo e há guerras, ou a não menos velha ideia de fugir para perto, para um sítio escondido da planura alentejana, onde tudo também pode começar de novo, mas não é suficientemente longe para garantir a paz. Longe de quê? Perto de quem?
Vou olhando as janelas para o mundo. Com uma atenção dispersa. Por cá, parece que as coisas não correm bem. Quem é Adelino Salvado? Quem é Souto Moura? E o abutre, ou os abutres? E o que é a teoria das cabalas? E quem são os pedófilos? E quem sãs as crianças abusadas pelos pedófilos? E alguma coisa disto existe? Não será tudo isto uma urdidura, um ponto de encontro casual - ou nem tanto!-, onde convergem várias vontades para destruir alvos específicos? Mas que alvos? Os putos abusados? Os fdp dos abusadores? O chefe dos investigadores? O titular da acção penal? Os jornalistas com ética ou os jornalistas nem tanto?
Leio o Incursões à procura de respostas. Não encontro. Nem era suposto encontrar. Porque ninguém tem respostas, a não ser respostas à medida de quem as dá, conforme o sítio de onde responde.
Aliás, o Incursões é cada vez menos um sítio de perguntas e de respostas. Parece ter-se transformado em pouco mais do que um quarto de queijo limiano. É óbvio que não tenho nada contra o Queijo Limiano. Mas não sei bem o que é a Grande Loja, coisa que, porventura, também não é para se saber.
Com esta coisa do Sidney Sheldon e das novelas devo ter perdido a ligação à realidade. Por isso, não liguem muito. Não tem importância...
27 agosto 2004
Uma carta sem letras
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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7 comentários:
O Carteiro andou a beber....
Olá.Espero que logo tudo fique bem e a dança volte a ser vontade e prazer.
Não ligue, Carteiro, o Carlos apenas demostrou falta de chá, e essa é dele...
bem, é verdade que o carlos também demonstrou outras coisas, mas todas pouco abonatórias para o próprio (porque é que me lembrei da frase "são jovens, não pensam"?)
Obrigada, carteiro. Muito. : )
Pronto...Pronto...O carteiro não bebeu. Retiro o que disse. Afinal, ele não «tem culpa, é a sua profissão»
Outras coisas pouco abonatórias? Quem diria Kamikase, quem diria....
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