21 novembro 2004

Apitadelas

Encontrei hoje, num caixote de lixo, o JN de ontem. Trazia lá uma notícia intitulada Procurador sem apoios para investigar “Apito Dourado” (não disponível na edição online) que falava de minudências caseiras. Também trazia uma fotografia, em pose de Estado, dum outro procurador, mas esse tinha bons apoios, a avaliar pelo modo como estava sentado.

P.S. O Compadre Esteves prometeu-me um almoço se cortasse o acesso aos anonymous. Vou ver se ele cumpre o prometido.

6 comentários:

Primo de Amarante disse...

Está marcado para amanhã,Segunda-Feira, no Restaurante "Congroa", mesmo em frente à Sede da Associação de Jornalistas e Homens de Letras. Traga mais um amigo.É tripas à moda do Porto. Não falte!
Um abraço, compadre L.C.

Primo de Amarante disse...

Para que não haja confusões o P.S. "O Compadre Esteves prometeu-me um almoço se cortasse o acesso aos anonymous" obviamente nada tem a ver com o texto do POST. O almoço estava prometido há muito tempo, desde a altura em que L.C. me perguntou se achava bem que cortasse o acesso anonymous e eu lhe respondi: "se o fizer,até lhe pago um almoço". Quem leu algumas considerações que fiz sobre "anonymous" sabe que só poderia ser este o registo. Por outro lado, nem o JN, a que se refere o texto, li!
E para que não haja crispação, convido o visado no texto a participar no almoço. Fica já combinado! E podemos debater a questão do acesso anonymous e a diferença entre isso e o pseudónimo. Não me parece que tenha interesse a discussão do Post, pois o mesmo, no meu entender, pertence ao domínio da graça e, até, da ternura ("bons apoios, a avaliar pelo modo como estava sentado")
Vim ao blg por acaso. Chegei a casa cansado, depois de uma jornada cinegética improfiqua.

josé disse...

Não devia meter-me nisto, mas é mais forte do que eu ( o que é difícil...)e por isso, aqui vai em jeito de desabafo e com nome que não gosto de comentar "anonimamente":

Tenho consideração pelos dois - PN e LC - mas não gosto do tom do postal. Ponto final, neste aspecto.

O texto da Tânia não é muito feliz, mas aponta o essencial: a falta de meios que podem ser "minudências", para a arraia miúda do MP, não demove ninguém a ponto de fazerem um simples telefonema para repor algumas coisas que atentam contra o elementar senso comum.
AS regras orçamentais estão estabelecidas; os dinheiros disponíveis são escassos ( embora se arranje sempre algum para ajudas de custo); os meios e condições de trabalho de que deveriam dispor magistrados, polícias e funcionários judiciais são, desde há muito tempo, insuficientes, precários e de remendo em cima de pano roto.
Houve um tempo, no tempo de António Costa como ministro, que o ministério parecia ter casa farta: computadores portáteis para quem vinha do CEJ, programas incluidos e apoios vários, estimulando as "novas gerações".
Foi uma política de fogacho, de novo-riquismo desgarrado e inconsequente que evidenciou a falta de programa coerente e satisfatório para os males estruturais, ou seja o dos edifícios, gabinetes e demais logística que há muitos anos deveriam estar resolvidos. Não estão e cada vez parecem piorar.
O actual ministro sabe de certeza disto, como o anterior o sabia e o próximo virá a saber.
Mas ninguém se rala muito, porque poucos se atrevem a apontar o dedo às feridas a sangrar e muito menos a vir para a rua gritar que o rei vai nú. Mas vai mesmo.
E o artigo da Tânia Laranjo é a expressão de um desabafo. De quem sente que não pode ter voz e devia ter. Obviamente vindo de quem sente na pele as inconsequências dos poderes, político e judiciário, e a falta de vontade efectiva e resoluta em resolver esses problemas que podem ser minudências mas são certamente incongruências e obstáculos a um bom trabalho.

Assim, o assunto merece um postal. Vou reflectir.

Primo de Amarante disse...

O melhor é nunca complicar o que não tem, na sua origem, complicação. Desocultar intenções pode ser um exercício metafísico, se não depender dos intervenientes do "diálogo". Só eles podem esclarecer o que quizeram dizer com o que disseram. O diálogo tem no "receptor" um "patos"(sentimentos que desperta) e é neste "pathos" que residem os maiores equívocos -- muitas vezes imprevisíveis pelo "emissor" e com consequências injustas e desagradáveis. O "ethos" do diálogo está no dever de justeza (desvendar o sentido captado pelo receptor com o sentido dado pelo emissor). Questões de interpretação, caro José!

josé disse...

Caro compadre esteves:

Julgo perceber o que quer dizer, mas também julgo entender o que subjaz ao que é dito.
Por isso reafirmo a minha ideia inicial, de que este blog e outros, são uma lufada de ar fresco no mofo da mobília que se apresta ao caruncho dos hábitos, rotinas e preceitos definidos não se sabe bem por quem - e que mandam estar "quietos, calados e direitos".

Os mentores do blog merecem-me essa consideração e quem escreve noutros com igual propósito, igualmente merecem.
Isto deve ser dito de vez em quando para se amenizar o ambiente e perceber um sentido para isto.
O "pathos" cozinha-se algures por aí, condimentado com boa fé e boa disposição.
Para mim, são esses os ingredientes preferidos, porque me dão sempre um sabor agradável.

Carlos Rodrigues Lima disse...

Desconfio qual seja, mas não tenho a certeza sobre a razão deste ruído. Uma entrevista e uma notícia dão azo a reflexões filosóficas quando, na minha modesta opinião, deveriam dar lugar a medidas concretas - já que foram apontadas carências no que diz respeito a um inquérito. As tais «minudências caseiras» (esperas e perseguições a um procurador, por exemplo) que não interessam nada....coisa pouca....

Sinais dos tempos.

Carlos Rodrigues Lima