09 dezembro 2004

Mensagem do Bastonário aos Advogados

Caro(a) Colega

Está a terminar o mandato para que os Colegas me elegeram há três anos. No dia 6 de Janeiro darei posse ao novo Bastonário, em quem deposito as maiores esperanças de que possa ter um mandato de realizações a favor do Estado de Direito e da Advocacia. Para isso precisa do apoio de todos os Colegas, independentemente da vossa opção de voto nas eleições.

Infelizmente esta mensagem não é apenas de despedida. É também para vos dar conhecimento de uma carta aberta anónima feita por Juízes Portugueses (e que não foi objecto de qualquer reacção crítica da Associação Sindical respectiva) em que se ofendem os Advogados portugueses, a sua Ordem e o Ministro da Justiça. A referida carta aberta e a posição do Ministro em sequência, estão disponiveis no portal da Ordem em [clicar aqui] e merecem leitura. Peço-vos que nos contactos regulares que têm com Magistrados Judiciais (que felizmente na sua esmagadora maioria sabem que a Ordem dos Advogados sempre defendeu a independência do Poder Judicial) realcem a nossa solidariedade institucional com os nossos Colegas Juízes, e por isso o nosso desgosto e revolta pelas cobardes afirmações anónimas da citada carta aberta.

Aproveito esta oportunidade para a todos agradecer os apoios, as sugestões e as críticas que de tantos de vós recebi. Peço que me desculpem se não fui capaz de fazer mais e melhor pela Advocacia Portuguesa, mas podem crer que o tentei até ao limite das minha energias.

Desejo a todos um Feliz Natal na companhia dos que vos são queridos, que o ano de 2005 seja para cada um de realização pessoal e profissional e possamos assistir à melhoria do sistema judicial.

Até sempre, meus Colegas.

Com muita estima do

José Miguel Judice

1 comentário:

Cronista Oficioso da 3R disse...

JMJ mete mais uma em cheio (a reconhecer mesmo por quem não goste de trabalho de corredores e gabinetes, da mistura entre intervenção cívica e negócios, do estilo, do passado, do nervosismo excessivo em certas ocasiões e do tom senatorial noutras, etc, etc).
Eu diria sobretudo no seio dos juízes, pois em quem é que a maioria destes (espero) se prefere reconhecer na tolerância do sr. bastonário ferido ou no site da sua associação que promove a carta efectivamente anónima e cobardemente parece querer que a mesma seja fechada dentro de uma secretária e esquecida...
Aliás na assunção da nobre função de julgar a selecção de recortes de imprensa da ASJP é uma pequena maravilha que apenas pode servir para entristecer, quero acreditar, a maioria dos seus pares, e assustar os outros cidadãos: apenas textos de juízes ou de outros que venham defender as suas posições (de preferência as mais sectárias) - veja-se o ilustre ex-bastonário Pires a criticar a nomeação de Anabela Rodrigues ou um anónimo aparentemente com nome desconhecido numa carta ao jornal Público. O outro olhar: zero, viva o contraditório (veja-se em: htp://www.asjp.pt/imprensa/index.html)
É este o seu mundo, nós, o nosso juízo e mais nada!
E a OA cai no pecado de publicitar os dois lados das polémicas.
Quem fica bem: A ASJP: por ex. as cartas do sr. noronha contra o sr. júdice sem voz, ou a OA: o sr júdice versus sr. noronha (mesmo que alguém mais exigente considere feio gente crescida bater em pequeninos).
Será administração da informação em nome do povo, que coitadinho não pode ser desinformado por leigos?

Um voto: ao menos assinem a m... da carta para que se saiba que a mesma afinal não é da «magistratura judicial» mas de certos e determinados magistrados judiciais.