27 dezembro 2004

Sonhos

Vivi anos sem noites de sonhos, de que me lembre, pelo menos, mas nos últimos tempos tenho sonhado todas as noites, com uma frequência que já nem sei se os sonhos são da última noite, ou da anterior, ou da anterior... Algo em mim retorna à adolescência, tempo de todos os meus sonhos. Invariavelmente, percorro caminhos inéditos por sítios que não conheço, não sei se em Portugal se noutro lado, vejo restaurantes e bares que nunca vi, acho que sempre perto do mar, mas não tenho a certeza. Vejo caras que nunca vi e vejo caras de amigos e vejo caras improváveis de pessoas que marcaram a minha vida e que estão diferentes, e que me atraem para si, em lampejos de paixão. Nos recantos da memória, tento situar esses caminhos, tento descobri-los, certo de que lá irei à procura de paixões, angustiado por saber que talvez esses caminhos não existam ou que só existem nos sonhos nas noites deste inverno plácido.

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