O Conselho Superior da Magistratura de França propôs, em Outubro passado, que ao juiz Jean-Paul Renard, 54 anos, fosse aplicada a pena máxima que o Código prevê, ou seja o afastamento da carreira da magistratura. Aceitou como provada a má conduta deste juiz, vice-decano do Tribunal de Nice, sublinhando as 'tortuosas' relações que mantinha com gente acusada de escroqueria, de chantagem, tráfico de influência, tráfico de drogas e outros crimes do mesmo tipo, toda ela tendo em comum o facto de pertencer à Grande Loja Nacional de França, tal como o juiz Renard.
O caso foi pouco divulgado em Portugal, mas em França representou a vitória de uma nova geração de magistrados sem amarras maçónicas sobre uma outra que sempre se viu como herdeira das luzes que saíam das lojas. A Grande Loja Nacional de França foi também atingida por não ter separado o trigo do joio. O Conselho Superior de Magistratura (CSM) considerou que 'não era possível' que a conduta do juiz Renard tivesse escapado 'à vigilância' da hierarquia do Tribunal da Relação e que esta só viesse a exercer-se em 2004, quando o CSM concluía o seu processo de averiguações.
O processo começou a ser instruído em 1999, face a uma denúncia do procurador do Ministério Público, Eric de Montgolfier, que foi desautorizado pelo seu superior, o procurador-geral, Gabriel Bestard e acabou por ser afastado de Nice. Na sua deliberação, o CSM sublinha que todos estes magistrados tinham em comum o facto de pertencerem àquela Grande Loja.
O caso foi pouco divulgado em Portugal, mas em França representou a vitória de uma nova geração de magistrados sem amarras maçónicas sobre uma outra que sempre se viu como herdeira das luzes que saíam das lojas. A Grande Loja Nacional de França foi também atingida por não ter separado o trigo do joio. O Conselho Superior de Magistratura (CSM) considerou que 'não era possível' que a conduta do juiz Renard tivesse escapado 'à vigilância' da hierarquia do Tribunal da Relação e que esta só viesse a exercer-se em 2004, quando o CSM concluía o seu processo de averiguações.
O processo começou a ser instruído em 1999, face a uma denúncia do procurador do Ministério Público, Eric de Montgolfier, que foi desautorizado pelo seu superior, o procurador-geral, Gabriel Bestard e acabou por ser afastado de Nice. Na sua deliberação, o CSM sublinha que todos estes magistrados tinham em comum o facto de pertencerem àquela Grande Loja.
António Melo,
Público, 2Jan04
1 comentário:
Parabéns pelo desassombro e oportunidade do postal.
Mais sobre Renard:
http://www.angelfire.com/wizard/solidaires/Midi.html
A revista francesa Marianne que se vende em sítios escolhidos, trazia aqui há umas semanas um artigo sobre o assunto, ligado à corrupção no sul de França.
E trazia umas frases que me deixaram a pensar: o juiz Renard era um excelente profissional ( dos melhores); segundo escreviam, também um excelente indivíduo, como pessoa de simpatia e sociabilidade.
A luta contra o que o mesmo representava, foi encetada por um procurador, Eric de Montgolfier que durante anos arrojou com o opróbrio de inimizades e incompreensões de colegas. Perdeu algumas batalhas, mas acabou por ganhar a guerra do respeito geral.
Aqui, neste cantinho, se por hipóteses algo de semelhante acontecesse( mera hipótese mirabolante, claro), como seria?!!
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