07 janeiro 2005

Memo REM

Site da banda aqui.

Excertos de artigo com entrevista de Mike Mills, ao Público:

Os REM que hoje às 21h45 sobem ao palco do Pavilhão Atlântico, em Lisboa, são três norte-americanos democratas que acreditam no valor do activismo neste século. O baixista Mike Mills crê que daqui a quatro anos o pêndulo político nos EUA mudará. Quer ser lembrado como pessoa de bem e não como músico. E adora fazer nada.

Não vai desistir da América?

Não! Acredito que tudo muda, e lá porque os republicanos ganharam desta, nada garante que ganhem da próxima! O pêndulo vai e vem, e se neste momento está todo à direita, em breve voltará para a esquerda.

Os REM foram já um "sol" à volta do qual giravam os mundos da música. Agora são apenas um "satélite"?

Todas as bandas têm aquilo a que chamamos um arco de carreira - se tiverem sorte... Começa-se com um período em que se cresce, depois um período em que se é muito popular, depois decai-se e, se se tiver mesmo muita sorte, pode-se voltar ao sucesso. Mas não nos preocupamos com isso. Tocamos as nossas canções, fazemos os nossos discos, divertimo-nos. Às vezes isso coincide com os gostos do mundo, outras vezes não. Quando começámos a nossa música estava fora do "mainstream", nos anos 90 encaixou no "mainstream", e agora nos anos 2000 voltou em parte a sair. E estamos à vontade com isso. Não começámos uma banda para ficar famosos, mas para passar uns bons bocados, e, caramba, continuamos a passar bons bocados!
Após 25 anos de casamento!

Sim. Ainda estamos muito apaixonados uns pelos outros!

4 comentários:

josé disse...

Os REM têm um disco que se ouve bem: "Automatic for the people".
De resto, são um grupo de pop/rock como alguns outros que nunca se destacaram pelo lado da originalidade. Pop suave;melodias em rock nostálgico e ritmado a preceito que à força de passagens contínuas em FM, deram em sucesso de vendas. Nada de especial, portanto.
A matriz original, no caso deles, reside algures na Califórnia do final dos sessenta e chamava-se The Byrds mais os seus rebentos que chilrearam nessa altura na pop/rock mundial.
Integraram essa matriz original os nomes imortais, na música pop/rock, de Roger Macguinn;Gene Clark;David Crosby;Chris Hilmann, Gram Parsons; Clarence White, Gene Parsons e outros que ao lado destes alinharam nos discos e gravações que marcaram uma geração: a minha!
São esses os maiores do country rock californiano.
Nem um dos REM chega aos calcanhares de qualquer um dos nomes que citei!
Nenhum disco dos REM atinge os píncaros de Sweetheart of the rodeo ou mesmo Dr. Byrds & Mister Hyde: tudo colheita sessentista...

Primo de Amarante disse...

"Hoje, já me contento com a "Maria Albertina" do "Humanos". E já sinto como irremediável:

"Rugas...
já começo a ter as primeiras (?) rugas
Rugas...
Começam-me a nascer (?) as primeiras rugas

Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
(...)"

Comprem este CD. É a minha grande inspiração.Ouço-o sempre que me enfio no computador a dedidlhar ideias que me rareiam cada vez mais.
Agora, ouço
"Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
(...)"
Este Variações é a alma genuína dos nossos primeiros sentimentos e afectos.

josé disse...

Compadre esteves:

A Maria Albertina é uma magnífica canção! Para mim, a melhor de 2004, na música popular portuguesa!
Ouvi-a, distraído, na rádio e nem sabia quem era o autor ou o cantor. Sei agora que era do falecido Variações. Contudo, a versão actual, na vocalização engraçada de Camané e principalmente a ótima instrumentalização, com guitarra fuzz e outros efeitos, é um "must". Ainda bem que gosta!

Kamikaze (L.P.) disse...

Concordo com ambos, inclusive no que respeita ao 1º comentário do José. Mas eu, que não sou erudita - nem sequer em música pop/rock :) - acho que corremos o risco de perder a genuidade das sensações, se estivermos sempre - nesta matéria como no que respeita a outras manifestações artísticas - a buscar as raízes e a fazer comparações... por exemplo, o excesso de referências cinéfilas parece-me toldar, muitas vezes, o espírito de certos críticos de cinema...
A pop dos REM é o que é e não creio que pretenda ser mais do que isso e muitas das suas canções são ainda muito trauteáveis (e com letras interessantes).
Aliás, à conta de Shiny happy people, seguramente não a melhor faixa de Out of Time - muito me diverti com os meus filhos, em fins de semana cheios de indumentárias e caracterizações improvisadas, coreografias com muitos pulos (lembram-se do videoclip?) e playback em frente à câmara de vídeo - recordar é viver, dizem, e quando revemos este vídeo achamos que é verdade.
Mas estas são as razões dos afectos e das memórias positivas...
Quem sabe ANAXIMANDRO, um especialista (também!) em pop/rock queira contribuir para esta troca de impressões, colocando-a ao (elevado) nível do 1º comentário do José. Tás a ouvir, Anaximandro?