04 janeiro 2005

O todo e as partes

A Região Norte tem vindo nos últimos anos a perder força e protagonismo no todo nacional, seja a nível económico, político ou cultural. A pujança económica que se seguiu à estabilização democrática esgotou-se quando as indústrias tradicionais (calçado, têxteis, etc.) começaram a perder terreno na era da globalização. Paralelamente, os agentes políticos nortenhos foram perdendo determinação e classe, deixando-se inebriar, a maior parte das vezes, pelos corredores do poder e esquecendo-se das origens e dos eleitores. Os poucos exemplos de excelência na área cultural, por outro lado, não fazem esconder uma realidade que impele para a capital quase todos os que querem fazer carreira na música ou nas artes.

Aproximam-se as eleições legislativas e não vemos os partidos e os putativos candidatos preocupados com a definição de uma estratégia de afirmação do Norte de Portugal perante o país, o contexto peninsular e a Europa. Gostaria de saber o que devo esperar das apostas partidárias relativamente ao futuro do país, entendendo-o como um todo composto de partes diferentes, cada uma delas à procura de afirmar as suas potencialidades e expectativas, de atrair investimentos e atenções, de captar riqueza e de a distribuir pelas suas populações.

Que Norte e que país querem(os) construir?

2 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

"Aproximam-se as eleições legislativas e não vemos os partidos e os putativos candidatos preocupados com a definição de uma estratégia de afirmação do Norte de Portugal perante o país, o contexto peninsular e a Europa."

Pour Toutatis!!!! Se os partidos e os putativos candidatos se preocupassem com uma estratégia de afirmação para o país e se esquecessem dos complexos da buoa gênte do nuorte alguém ficava a perder, carago?
O JCP e os demais leitores que me desculpe mas este tipo de discurso faz-me alergia.

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Claro que é necessária uma estratégia para o país. Mas numa época em que a Europa se procura afirmar pela força das suas regiões, também nós, em Portugal, deveríamos assumir que o todo nacional precisa de regiões fortes, que afirmem as suas potencialidades e características, ajudando a construir um país mais dinâmico e próspero. Não quero dividir, mas sim agregar as competências específicas das diferentes parcelas do nosso território. E a minha preocupação imediata tem a ver com o Norte onde vivo.