O João já dorme, estava cansado, cansado não sei de quê. Já posso escrever em descanso. Eu estou aborrecido, aborrecido e sei porquê. Hoje perdi. Perdi na barra do tribunal. Não que fossse uma coisa muito importante, mas perdi.
Se olhar para trás, concluo que perdi mais vezes quando estava do lado do MP do que quando estava do lado da defesa. Sem dúvida: sou melhor a defender do que a atacar. In dubio pro reo. Ok. É justo. Justo do ponto de vista formal. Uma vez mais, percebi que é melhor ter por perto testemunhas que mentem, bem, do que testemunhas que falam verdade, mal.
Os advogados não devem instrumentalizar testemunhas. Pois não. E eu continuarei a ser assim. Mesmo que fique aborrecido de vez em quando. Como hoje (já ontem).
É óbvio que a culpa é minha. Não fui capaz de desmontar a trama, por muito que tentasse. Não fui brilhante, mesmo quando consegui demonstrar que uma das testemunhas de defesa mentia com quantos dentes tinha. Não foi relevante. As testemunhas de acusação - as minhas - não foram capazes de convencer com a verdade. E a verdade - não duvido - estava do meu lado.
A Mma. Juíza seguiu o caminho mais fácil. Não a censuro. A Digna Procuradora-adjunta não ousou. Paciência.
Como me dizia uma incursionista há dias, eu não posso pretender ganhar sempre. Pois não. Mas gostava de ganhar sempre que tenho razão. (A compensação é ganhar quando não tenho razão).
15 janeiro 2005
Perdi
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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