05 fevereiro 2005

MARIA - de José Craveirinha

José Craveirinha escreveu um belíssimo livro de poesia, após a morte de sua MARIA, que decerto preferia nunca ter escrito.
Recordo aquele que é o meu preferido poema dessa homenagem, que li na primeira versão do livro, a mais pujante.


A CICATRIZ

Do
bisturi
a cicatriz
infelizmente
já não te desfeia.

4 comentários:

Primo de Amarante disse...

Conheci-o em Caminha. É um homem triste que leva a quem está com ele preferir o silêncio - o silêncio que fala eloquentemente!

Kamikaze (L.P.) disse...

no site da editorial Caminho só se encontra a footografia da capa da 2ª edição de Maria, é pena.

Primo de Amarante disse...

José Craveirinha era amigo de Portugal. Passou bastante tempo (altura em que o conheci) em casa do Zé Rodrigues, em Vila Nova de Ceveira.
Lembram-se deste seu poema:

"Antigamente
(antes de Jesus Cristo)
os homens erguiam estádios e templos
e morriam na arena como cães

Agora...
também já constroiem Cadilacs."

in: Obra Poética.

Primo de Amarante disse...

O que tem de interesse este diálogo bloguista é avivar-nos a memória. Já me tinha esquecido de que José Craveirinha tinha morrido. Estava velhinho, mas os poetas nunca morrem: passam uma porta para ficarem num outro lado.