Resido na zona da Asprela, perto de um dos principais pólos da Universidade do Porto, e sou por isso um observador atento dos projectos previstos para aquela área. A chegada do metro ao Hospital de S. João, um dos extremos da linha amarela, estava prevista para meados deste ano e tem estado envolvida em polémica, primeiro devido a uma providência cautelar do Instituto Politécnico do Porto e agora por causa de uma outra providência cautelar accionada pela Faculdade de Medicina. Alegadamente, a Empresa do Metro do Porto decidiu invadir terrenos dessas instituições sem acautelar os formalismos legais necessários, o que provocará por certo atrasos na execução da obra.
Para além da incerteza que parece existir sobre a solução a adoptar na zona frontal à entrada do Hospital de S. João, uma vez que a circulação do metro não pode colidir com o acesso às urgências e deve articular-se com o trânsito automóvel da Estrada da Circunvalação e das ruas envolventes, estamos perante mais um exemplo de promotores de uma obra pública que adoptam o princípio do “quero, posso e mando” no seu relacionamento com terceiros. Se isto se passa em relação a outros organismos do Estado, como terão sido tratados os particulares que foram alvo de expropriações?
Constata-se, por outro lado, que a “intelligentzia” da cidade, que anda preocupadíssima a discutir se o metro deve ou não circular na Avenida da Boavista, não dá qualquer atenção a um traçado que serve “apenas” um pólo académico, científico e hospitalar que movimenta diariamente dezenas de milhares de pessoas, ainda por cima situado numa das principais entradas da cidade.
04 fevereiro 2005
O metro do Porto na Asprela
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
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