Quando da exposição no Museu de Serralves já aqui se falou da pintura da Paula Rego.E lembro-me de que os gostos se dividiram.
Eu gosto! Gosto pelo traço, pela sinceridade e expressiva linguagem dos corpos moldados a partir de dentro, porque nos espelha e desvenda ângulos que a limitada amplitude dos olhos comodamente oculta.
Vem isto a propósito de um livro, já do ano de 2004, edição bilingue (português e castelhano) com o título Nós / Nudos – 25 poemas de Ana Marques Gastão sobre 25 obras de Paula Rego.
Para quem aprecia o diálogo entre as artes.
Nalguns passos do diálogo as palavras parecem ter-se acanhado, mas não em
Obediência
Manipulo a experiência enquanto sinto o corpo silábico, astuto.
Dissolvo-me, contraio-me, debruço-me sobre a animosidade,
ajoelho, digo sim: consentir é uma dinâmica de recusa.
Meus olhos são dois buracos negros num sarcófago, mas as mãos
amachucam, furtivas, as palavras obstinadas que me levam a ti.
Ana Marques Gastão
Vem isto a propósito de um livro, já do ano de 2004, edição bilingue (português e castelhano) com o título Nós / Nudos – 25 poemas de Ana Marques Gastão sobre 25 obras de Paula Rego.
Para quem aprecia o diálogo entre as artes.
Nalguns passos do diálogo as palavras parecem ter-se acanhado, mas não em
Obediência
Manipulo a experiência enquanto sinto o corpo silábico, astuto.
Dissolvo-me, contraio-me, debruço-me sobre a animosidade,
ajoelho, digo sim: consentir é uma dinâmica de recusa.
Meus olhos são dois buracos negros num sarcófago, mas as mãos
amachucam, furtivas, as palavras obstinadas que me levam a ti.
Ana Marques Gastão
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