é rouca a minha voz
na madrugada,
por entre os sobressaltos do sono
a chamar-te,
vem.
não bailo o tango
nem canto o fado,
apenas ouço blues por distração.
nunca espero
o fantasma de mim mesma
perdida de amor e falta
a visitar-me
nessa hora tardia.
voz embaraçada
no meu sonho,
assim , intangível.
porém punhal.
o embalo dos braços vazios.
e a queda sem vertigem
da tua mão inexistente
pelos meus cabelos.
da tua (ina)atenção
a velar-me carinhosamente.
amo-te,
murmura a tua minha voz
na alucinação da perda.
quero-te,
diz muito baixo o meu desespero,
nas horas em que me descuido.
silvia chueire
04 fevereiro 2005
sonho
Marcadores: Poesia, Sílvia Chueire
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2 comentários:
Agarrando o poema de João Cabral de Melo Neto
"Mulher, Mulher e pombos.
Mulher entre sonhos.
Nuvens nos seus olhos?
Nuvens sobre os seus cabelos.
(A visita espera na sala;
a notícia, no telefone;
a morte cresce na hora,
a primavera, além da janela).
Mulher sentada. Tranquila
na sala, como se voasse."
Sempre a mulher e o sonho, não é, compadre ? : )
Talvez sim. Se sim, sinto-me privilegiada.
Abraço e obrigada,
Silvia
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