O que era verdadade ao princípio da noite, tornou-se mentira já a madrugada ia alta. Como não conseguia dormir e estava cansado de dar voltas e voltas na cama e já não tinha mais nada para ler, decidi levantar-me e ir ver televisão. Na SIC Notícias passava uma reposição do duelo entre Sócrates e Santana. Não apanhei a parte inicial que, pelo que li agora, foi a mais "brejeira". Mas do que vi - e com o espírito crítico de quem já foi jornalista de política - acho que Santana esteve melhor do Sócrates. Mas não ao ponto de inverter a tendência que dá vantagem ao PS.
Santana Lopes supreendeu-me pela boa preparação e pelo conhecimento dos problemas. Talvez tenha aprendido tarde de mais, mas aprendeu. E talvez não tenha aprendido mais cedo porque - recorde-se - teve o azar de ser primeiro-ministro sem nunca ter sido líder da oposição, onde muitas coisas se aprendem.
Não gostei de Sócrates. Esperava mais. Senti que vagueava sobre os assuntos e que muito do que dizia tinha sido colado a cuspo.
Também não gostei do formato do debate. Talvez seja mais eficaz para transmitir mensagens, mas não me apreceu que qualquer dos entrvistados tivesse muitas mensagens importantes para passar. O estilo de debate tradicional tem mais vivacidade.
Dito isto, confirmo que o que vi não bastou para que deixasse de ser um potencial abstencionista.
04 fevereiro 2005
Afinal, vi
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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2 comentários:
Fui a um concerto e jantei, depois, com amigos. Vi parte da repetição do debate e isso já deu para poder ter a seguinte opinião.
1º- Aquele modelo de debate não permite faíscas e, por isso, não ajuda a ver quem tem melhores argumentos;
2º - o painel de jornalistas que faziam perguntas fizeram-me lembrar a mesa dos cardeias inquisidores; 3º - o resultado fez-me lembar o poema de Gedeão:
"Cada um é seus caminhos
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes
(e o auditório que apoia Santana)
Vê moinhos? São moinhos.
(e o auditório que apoia Sócrates)
Vê gigantes? São gicantes."
Por isso, se dividem as opiniões, segundo os gostos.
Quem não se entusiasma com um ou com outro, encolhe, como eu, os ombros.
Ontem à noite respondi assim a um amigo (simpatizante do PS) que não tinha visto o debate e me perguntava por sms quem ganhara: "não sei se houve vencedor, mas o Sócrates esteve bem". Foi esta a minha leitura. PSL, como partia de expectativas muito baixas, acabou por se desenvencilhar também ele de forma razoável. Foi um debate equilibrado, num formato de que também não gostei.
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