Desde sempre foi sublinhado a importância das palavras. Górgias, sofista grego, no “Elogio de Helena”, escreve: «Com a palavra se fundam as cidades, se fazem portos, se comanda exércitos e se governa o Estado». Aristóteles, na Política, sublinha que é cidadão «aquele a quem é concedido o direito de deliberar». Considera, por isso, que há uma estreita relação entre a linguagem e a dimensão social e política do homem. Diógenes Laércio, no século III, dizia: «A linguagem é a voz que manifesta aquilo que a coisa era ou é». Nietzsche, instituindo o perspectivismo, afirma que a linguagem não manifesta o que as coisas são, mas o nosso ponto de vista, a nossa perspectiva relativamente às coisas ou factos. Heidegger defende que o mundo revela-se pelas palavras: o que não tem nome não é conhecido. Por isso, assegura que «a linguagem é a casa do ser». Roland Barthes salienta o desejo de domínio (disfarçado) que se exerce pela comunicação. E afirma: «a palavra, enquanto instrumento, é símbolo de poder (...) Nada a fazer: a linguagem é sempre poder, falar é exercer uma vontade de poder. No espaço da fala, nenhuma inocência, nenhuma esperança». Esta “vontade de poder”, no entender de Barthes, encontra-se na argumentação e na própria sedução pela palavra. Wittgenstein considera que é no uso que damos às palavras que encontramos o seu significado. E para compreender o uso é preciso entender o "jogo de linguagem" que integra o que é dito. Habermas fala de uma ética da comunicação. A razão comunicativa deve orientar-se por amor à verdade, dever de sinceridade e abertura à refutação na procura das melhores razões. Define a razão comunicativa como uma razão solidária: os melhores consensos devem promover uma solidariedade na acção.
02 março 2005
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