23 março 2005

Naturalmente, “tudo direitinho"

1. A bem da Nação

Segundo o “Público”, três dias após as eleições, foi assinado um despacho de adjudicação de um sistema de comunicação que custará ao Estado mais de 538 milhões de euros. O consórcio contemplado é liderado pela Sociedade Lusa de Negócios à qual está ligado Daniel Sanches, um dos ministros despachantes, e Dias Loureiro, ex-ministro de outros governos do PSD e influente político deste partido.

2. De pequenino é que se torce o pepino ou a “oficina” da política

Informa o C.P. que para a futura liderança da Distrital da JSD/Porto candidatam-se um vereador da Câmara de Gondomar (Telmo Viana), um vereador da Câmara da Póvoa de Varzim (Manuel Angélico) e um assessor da Câmara da Trofa. Mais informa que Filipe Meneses, presidente da Câmara de Gaia e candidato à liderança do PSD terá pressionado o vice-presidente da “jota” a não integrar determinada lista.

3. Um explicativo autarca

Avelino Ferreira Torres, presidente, em transição, da Cãmara do Marco, afirmou, segundo o “Público”, que a P.J. o convocou para explicar por que é que o Porto tinha perdido com o Nacional por 4-0.

4. Apocalipse now?


“Nos nossos sistemas, o indivíduo adula os seus superiores para avançar na carreira, deseja mais ser invejado do que respeitado, e a nossa sociedade, indiferente ao futuro, apresenta-se como uma selva onde reina a manipulação, a corrupção e a concorrência de todos contra todos.”
G.Lipovetsky, in: A era do vazio

2 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

Compadre: repare nos anúncios das nossas televisões, por exemplo , para começar,nos dirigidos aos jovens, v.g. dois que passam agora repetidamente: o do telemóvel Krava - apologia do viver do cravanço e tornar esse viver assumido num factor de sedução que até será eficaz - e o do chocolate twix - venha a mim, venha a mim, nem que para isso tenha de passaar (literal e selvaticamente) por cima de outrém .
Não sei se são o espelho dos valores que imperam na nossa sociedade, mas a sem vergonhice com que se lhes faz apelo em certos anúncios não pode deixar de ser, ao menos, sinal de que são "normais" e apelativos para certos sectores sociais, certamente também à conta de uma grande complacência da demais sociedade. E depois há o efeito multiplicação, não é?
Acho que a análise da nossa publicidade daria, nesta perspectiva (entre outras) uma tese de sociologia muito interessante. Será que já anda alguém, por cá, a pensar no assunto?

Primo de Amarante disse...

Obrigado pela sua observação. Se não se importa vou tentar escrever sobre isso.
Um abraço.