16 março 2005

Uma declaração eloquente

Rosado Fernandes, o professor de latim que presidiu longos anos à CAP e que foi deputado europeu do CDS, publicou ontem uma declaração, sob a forma de publicidade, no jornal "Público", onde dizia que o facto de ter acusado em 1998 o então ministro da Agricultura, Gomes da Silva, de ter uma doença pior do que a esquizofrenia e de alimentar compadrios e clientelismos à volta do seu ministério foi motivado por razões de aproveitamento político. Dizia também que não tinha quaisquer elementos que suportassem essas afirmações.
Eis um exemplo paradigmático da política trauliteira, sem preocupações éticas ou deontológicas de qualquer espécie. E agora, quem leu esta declaração? Quem vai fazer o "reset" das afirmações então proferidas? O que vale a honra de uma pessoa ofendida por um arrivista destemperado? Este exemplo faz-nos pensar.

2 comentários:

Primo de Amarante disse...

Simplesmente, um nojo. Descredibiliza o legítimo uso do direito ao exercício da cidadania. Talvez esta declaração seja para evitar ser julgado por difamação. Mas não devia ser aceite. A política deve ser uma actividade digna e não de f.p.

M.C.R. disse...

Num país civilizado há leis que defendem a honra e consideração dos cidadãos. E há tribunais que rapidamente a aplicam. E os difamadores são condenados de tal modo que não repetem a graça e servem de exemplo e escarmento para os seus émulos.
Creio que o tal Rosado Fernandes, alto dirigente da CAP e poderoso terra tenente do sul terá atacado o minisro aí há cinco ou seis anos. Só agora é que vem com esta declaração certamente negociada em tribunal.
Está tudo dito: ás vezes uma pessoa sente a pátria como lugar de exílio.
mcr