Explicando...

Ontem, 1 de Abril, ao fim da tarde, pude explicar ao telefone, a quem devia, o sentido do meu último postal. Mantive - e mantenho - tudo o que ali disse, mas de uma forma mais clara. Acho que consegui explicar-me. E acho que fui entendido.

O que escrevi não foi consequência de uma noite mal dormida. Se o mal dormir tem a ver com o assunto, é tão-só na medida em que as insónias tendem à reflexão. Mas é óbvio, também, que nada acontece por acaso. Se bem se recordam, há dias escrevi por aqui títulos enigmáticos - propositadamente enigmáticos - sobre o blog. Foi na sequência de uma semana por fora, também ela tendente à reflexão. O espírito do meu penúltimo postal - "Dasse" - talvez tenha contribuído, ainda que inconscientemente - para a atitude. Como diz Ortega - citado por josé e secundado pelo Compadre - o problema talvez esteja na circunstância... E quanto à circunstância pouco ou nada há a fazer.

Eu sei que cometi um erro. Um erro crasso. Um erro reincidente. Esqueci-me que os erros são uma vitória contra a ignorância e persisto. Esqueci-me que eu não tenho nada que sentir o blog como uma coisa minha. Não tenho que ficar impressionado ou triste quando as coisas não avançam. Nem tenho que ficar incomodado por haver pessoas - elencadas como contributors - que recusam em partilhar com simples mortais as suas opiniões. Tenho, apenas, que vir aqui, de quando em vez, escrever. Se me apetece. Não tenho que ficar preocupado em manter os serviços mínimos quando todos estão fora. Nem tenho que me auto-censurar, porque posso ferir susceptibilidades de pessoas que não são tão livres como eu ou, pelo menos, que não se sentem tão livres como eu.

Ficamos assim. Vou deixar de contabilizar os postais. E deixar de olhar para os gráficos de visitas. E deixar de me preocupar com isso. E virei aqui sempre que me apetecer e me deixarem. Para dizer as parvoíces do costume ou para falar de coisas sérias... Os que arregimentei para aqui também merecem.