Sobre a polémica em redor das férias judiciais, o que me confunde é os trabalhadores da Justiça, incluindo os Juízes, já trabalharem nas ditas férias e discordarem tanto do governo, que apenas pretende regular o que, pelos vistos, já é praticado nos Tribunais.
O problema maior do País é que todos achamos que é preciso mudar, e que a mudança tem de começar por algum lado, mas como a mudança implica sempre as pessoas, então, sempre que tem a ver connosco, nunca é por aí que se deveria começar. Os exemplos recentes mostram a evidência: Farmácias, Escolas, Autarcas.
Até é salutar que os trabalhadores da Justiça e as suas organizações representativas demonstrem que as medidas preconizadas pelo Governo não chegam, que é preciso alterar muitas outras coisas. Mas sejam positivos, digam o que deve ser feito, porque centrando-se no problema das férias judiciais, o que quer que digam, toda a gente vai entender que estão a defender privilégios – mesmo que o não sejam de todo e para todos – e vão estar sozinhos nessa guerra.
12 maio 2005
AINDA AS FÉRIAS JUDICIAIS… ( leitura do lado de fora...)
Marcadores: O meu olhar
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4 comentários:
Excelente contributo de alguém que, tal como o Compadre Esteves, vê a questão "de fora", ou seja, como detinatário da "máquina da justiça" e não, também, como sua "peça".
A abordagem e as questões aqui deixadas por "o meu olhar" não são, contudo, novas aqui no Incursões - em posts ou em comentários, opinião e preocupações semelhante foram deixadas por algumas das ditas "peças". Espero que, vinda a opinião "de fora", tenha mais eco e que chegue ao conhecimento, designadamente, dos participantes do encontro sindical que abaixo se anuncia...:)
Nota: para ver posts anteriores sobre o tema e respectivos comentários, ir ao ìndice Temático.
Rectifico! Desta parte da análise feita no post, ainda não tinha sido dado sinal aqui no Incursões! E é, afinal, o CERNE da questão!
"O problema maior do País é que todos achamos que é preciso mudar, e que a mudança tem de começar por algum lado, mas como a mudança implica sempre as pessoas, então, sempre que tem a ver connosco, nunca é por aí que se deveria começar."
Plenamente de acordo. Preocupa-me a imagem da Justiça.Não sei se tem interesse, mas sairam estes livros: da Conceição Gomes - O tempo dos tribunais: um estudo sobre a morosidade da justiça
- do João Pedroso - Por caminhos da(s) reforma(s) da justiça
(Coimbra Editora)
Na linha do comentário anterior e a vários níveis esclarecedor artigo do juiz Afonso Henrique, a ler no site da ASJP.
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