22 maio 2005

Morreu Paul Ricoeur


Morreu na sexta-feira, em Paris, um dos maiores filósofos do nosso tempo: Paul Ricoeur.

Nascido em 1913 em Valence, Ricoeur esteve preso, num campo de concentração, durante a II Guerra Mundial. Foi professor em Louvaine, Yale (E.U.) e na Sorbonne. Nesta universidade, durante o Maio de 68, estudantes radicais humilharam-no ao ponto de o enfiarem num contentor do lixo. O Filósofo opunha-se à guerra, a todos os totalitarismos e defendeu intransigentemente a tolerância.

A sua raiz filosófica é judaico-cristã. Talvez por isso, se tenha tornado no Filósofo da hermêutica. A sua obra ”O Conflito de Interpretação” deveria constituir leitura obrigatória de todos os que, na sua profissão, têm de julgar. A questão da Justiça interessou-o sempre e muitas das suas conferências sobre este tema estão publicadas em “Leituras”. Na “Leituras 1” está traduzida uma conferência em que Ricoeur analisa a teoria de John Rawls e coloca o “justo” entre o apelo da lei e o da virtude.

A melhor homenagem que podemos prestar a Ricoeur é ler a sua obra. E esta é vastíssima, desde “Histoire et Verité”, “Soi-meme comme un autre”, “La Memoire, l’histoire, l’oubli”, “L’Hermenéutique”, “Da metafísica à moral”, “Nas Fronteiras da Filosofia”, Critique et la Convition”, "Ideologia e utopia", etc. etc..

Morreu Ricoeur.


VIVA O FILÓSOFO!

4 comentários:

Primo de Amarante disse...

Agradeço muito a quem enriqueceu o post. Ricoeur foi um filósofo que pensou o papel da mulher. Ele inspirou muitas teses sobre esse tema. Se foi uma senhora que enriqueceu este post, estou certo que Ricoeur, onde estiver, terá feito um sorriso, o sorriso de simpatia que lhe conheci.

Kamikaze (L.P.) disse...

Quem dera merecer esse sorriso, compadre, mas o seu a seu dono.

Primo de Amarante disse...

Então, já sei quem foi. Obrigado compadre L.C. e muitas felicidades para a sua Nova Vida.

Primo de Amarante disse...

Já, agora, só mais uma achega: no "barnabé" está linkado um texto do "magazine littéraire", nº359 que analisa as razões que terão levado os intelectuais franceses a não terem compreendido a importância de Ricoeur. Vale a pena ler.