os livros são como os gatos
silenciosos dormem nas estantes
a esmo insinuam-se por vezes
doem nas garras das palavras
da história as arquitecturas
do sentimento os livros habitam
os sonhos que amaram cheiram
nas obscuras vozes da infância
no tempo que comigo se gastaram
os livros felinos vigilantes
Outubro de 2001
16 maio 2005
Os livros
Marcadores: Poesia
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3 comentários:
Meu querido amigo: este poema está já a ser copiado e marcha imediatamente para uma das estantes. Acho que ficará bem na dos livros e albuns surrealistas, mas aceito sugestões...
Ah que inveja de ti....
cordialmente, M.
"Os livros felinos vigilantes" --> é a imagem mais perfeita do "olhar dos livros", quando os procuramos na estante desorganizada. Ainda digo-- "ai stás aí!..." às vezes ainda acrescento: "meu f.p." -- o que foi sempre um elogio para o livro.
É também a configuração da imagem do que representou o "lavor" que nos formou.
Hoje é tudo zapping, descafeinado, sem calorias.
Caro Anto: precisamos que produzas poemas. És o nosso "jogo de espelhos". Deixa-lá o braço!
Um belo poema que enseja outros poemas .Gostei muitíssimo de lê-lo.
Abraços,
Silvia
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