As notícias que têm surgido nos jornais sobre o chamado caso Freeport, relacionado com o processo de licenciamento do outlet de Alcochete, são muito preocupantes. Segundo esses relatos, haverá provas que documentam a realização de encontros entre inspectores da PJ de Setúbal, jornalistas de “O Independente” e da revista “Tempo”, um advogado amigo do então ministro Rui Gomes da Silva e um colaborador muito próximo do então primeiro-ministro Santana Lopes. Este último, Miguel Almeida, foi vereador da Câmara da Figueira da Foz com PSL e seu chefe de gabinete na Câmara de Lisboa antes de ser nomeado presidente do Conselho de Administração da EGF, a sub-holding do Grupo Águas de Portugal para o sector dos resíduos sólidos urbanos.
As autoridades suspeitam que a investigação criminal e os jornalistas terão sido instrumentalizados para que as notícias sobre o caso Freeport e o alegado envolvimento de José Sócrates nesse dossier produzissem efeitos políticos durante a última campanha eleitoral. Alguns dos intervenientes já terão mesmo sido constituídos arguidos no inquérito instaurado pela direcção nacional da PJ.
Os ilustres juristas que por aqui navegam poderão pronunciar-se com mais autoridade sobre este tema, mas, a confirmarem-se estas notícias, estamos perante a revelação pública de uma promiscuidade total entre políticos, jornalistas e investigadores, que já se adivinhava em muitos outros casos e que contribui seriamente para a descredibilização da investigação criminal, da justiça e dos jornalistas aos olhos do cidadão comum.
20 junho 2005
O estranho caso Freeport
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
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1 comentário:
A ser verdade, é uma verdadeira tramoia
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