Calor do pão na manhã,
crescendo manso e dormente.
No soalho se desmancha
doce luz inconsistente,
com suas facas de mel
cortando o silêncio quente.
Os ombros dela na cama,
como narcisos cansados
num florescer transparente.
Fernando Pessoa Ferreira
in: "A nova poesia brasileira"
22 junho 2005
Pequena ode doméstica
Marcadores: Primo de Amarante (compadre Esteves-JBM)
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