14 junho 2005

Poema para Eugénio de Andrade

perdeu-se o mirrado
fruto da vida mas não
a tua primeira claridade: assim
como o sol sobre a cal
da parede nua um rosto virado
ao rio o pão do
silêncio o sal da minha idade
ou a laranjeira perdida
para sempre entre o mar e o
solitário coração


Porto, 14 de Junho 2005

8 comentários:

Maria Heli disse...

muito, muito bonito.obrigada

M.C.R. disse...

Como de costume: um soberbo poema.
Os amigos do Eugénio - e são muitos - irão gostar.

Primo de Amarante disse...

Faço minhas as palavras de m.c.r. que vi no funeral de Eugénio de Andrade e não pude dar um abraço.

Amélia disse...

Bela homenagem a quem se foi com as aves.

Silvia Chueire disse...

Lindo poema...


Silvia

O meu olhar disse...

Muito, muito bonito.

Kamikaze (L.P.) disse...

Neste caso é feio apanhar boleia, mas não resisto a relembrar aqui o link para outros poemas do anto no Incursões:
http://arquivosincursionistas.blogspot.com/2005/01/anto.html

M.C.R. disse...

Kamikaze: v. é uma verdadeira Kami. E agora adivinhe o que é...