01 julho 2005

Tino de Oeiras e Velino do Marco: coincidências" e confidências

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Tino de Oeiras: "estranha coincidência"

Tino de Oeiras, também conhecido por Isaltino Morais, ex-ministro das Cidades e do Ambiente do governo de Durão Barroso, foi ontem constituído arguido, por indícios da prática de crimes de branqueamento de capitais, participação económica em negócio e corrupção passiva.

IsalTino achou estranha a coincidência de ter sido constituído arguido na véspera da inauguração da sua sede de candidatura como independente à Câmara de Oeiras.

Não sei se há ou não coincidência. O que sei é que IsalTino começou a ser investigado há cinco anos, por causa do dinheiro na Suiça em nome do sobrinho taxista.

É claro que qualquer um pode ser arguido. Basta que um anormal qualquer ou um anónimo participe de alguém. No caso de IsalTino, é de crer que não se tratou de um caso tão simples: se houve 5 anos de investigação e só agora foi constituído arguido, é porque existem indícios minimamente razoáveis, sem perder de vista que indícios são indícios e não perturbam a presunção de inocência.

Ora, parece-me escusado que IsalTino venha trazer tais argumentos liça: os crimes de que está indiciado terão sido praticados no exercício da sua função de autarca e na autarquia a que se candidata. O normal seria que a lei impedisse que fosse candidato. Mas somos uma país de brandos costumes...

Velino do Marco: confidências

Foi a primeira vez, nos últimos 3 anos, que vi (e ouvi) de princípio a fim uma entrevista de Velino, também conhecido por Ferreira Torres, na televisão. Foi no Jornal da Noite da SIC. Bem. Uma entrevista não será propriamente o termo. Numa entrevista, o jornalista pergunta e o entrevistado responde. FT não chegou a responder. Tratou-se, pois, de uma "não-entrevista". Uma perda de tempo para todos, até para o próprio, que desperdiçou uma oportunidade de ouro de esclarecer as suspeitas que sobre ele recaem.

"Sou uma pessoa que não se trapalha com facilidade", respondeu quando o jornalista lhe perguntou se a investigação da PJ poderia atrapalhar a sua candidatura a Amarante. Daí atalhou para dizer que "é tudo mentira" e que está "a ser linchado na praça pública". Reclamou, ainda, que a Procuradoria-Geral da República, a Direcção Nacional da PJ e o Ministro da Justiça devem investigar de onde vêm as fugas de informação.

Sobre as fontes do JN para a elaboração das notícias que têm vindo a público, diz que "estão inquinadas" como uma fonte de Felgueiras, que tinha servido de tema a uma reportagem que passou no mesmo noticiário. Para partir ao ataque à jornalista Tânia Laranjo, autora das reportagens, dizendo que o seu comportamento era devido ao facto de ter um processo contra ela por difamação.

Depois veio a tese da conspiração: "O homem forte do PS pediu há pouco tempo a todos que se unissem em torno do candidato socialista a Amarante contra mim". Falou da existência de um "polvo", recuperou a ideia de que deviam investigar "um roubo de 8 milhões de contos" que foi feito na massa falida da antiga empresa Tabopan. E prosseguiu: "Há uma cabala contra mim por parte do PS, liderada pelo Francisco Assis. Ele é um homem de tachos. Eu não dou tachos...". Não se percebeu.

A tentativa de ironia veio a seguir. Quando questionado sobre de onde vem o dinheiro para a impactante campanha que tem feito em Amarante, respondeu que foi do assalto que fez ao Banco de Portugal, em 1972, "com um não sei quê Inácio...".
Afirmou, ainda que o jantar há dias atrás, em Amarante, em que reuniu alguns milhares de apoiantes foi pago pelas pessoas que lá estiveram. Que se limitou a pagar o dele.

Confrontado com os montantes que alegadamente estão em causa na investigação, disse que a história lhe dá "vontade de rir". Que desconhece em absoluto o esquema do circuito dos dinheiros. Mas tem "a certeza de que é tudo mentira".

Esclarecidos? Eu não. Rodrigo Guedes de Carvalho também não ficou e foi evidente que não ficou. Afinal, nada tinha sido esclarecido...
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"Meras coincidências": garantem fontes seguras e não "inquinadas"

Correio da Manhã online - 1.07.2005
PJ investiga assalto a banco
A dependência da Caixa de Crédito Agrícola em Águas de Moura, Palmela, foi assaltada à mão armada, ontem de manhã, informou fonte da GNR.
Assalto à mão armada
Dois homens armados entraram ontem, às 20h20, num posto de abastecimento perto de Viana do Castelo e fugiram, minutos depois, com cerca de cinco mil euros roubados.
Excerto da entrevista de AFT ontem ao Jornal da Noite da SIC:
A tentativa de ironia veio a seguir. Quando questionado sobre de onde vem o dinheiro para a impactante campanha que tem feito em Amarante, respondeu que foi do assalto que fez ao Banco de Portugal, em 1972, "com um não sei quê Inácio...".

9 comentários:

Primo de Amarante disse...

Há vinte anos que o "tom" do Avelino é o mesmo. Quem não se lembra das suas declarações a propósito do assassinato do irmão?!... Um jornal há anos tinha na primeira página "O papa processos", referindo-se a Avelino. Muitos processos em que foi condenado arrastam-se nos Tribunais. Naturalmente, haverá justificação para que assim aconteça. O que me aflige é que alguns dos arguidos que no Marco estão a responder por difamação agravada da honra do Avelino(depois de tudo o que é conhecido sobre o ele)tenham de provar que Avelino "não é virgem"!!!

Primo de Amarante disse...

E está a ser dificil!!!!!!

Primo de Amarante disse...

e se as testemunhas do Avelino fizerem fé, ele é mesmo "virgem" e fica provado que há uma campanha contra a honra da criatura.

jcp (José Carlos Pereira) disse...

As presenças de Ferreira Torres nos jornais televisivos acabam sempre da mesma forma: desrespeitosas, insultuosas e acusadoras, mas cheias de evasivas e sem quaisquer respostas ao que verdadeiramente interessa.
O que FT pretende é dar o seu "show" e ter tempo de antena privilegiado. Não entendem isso as redacções, que caiem sempre no mesmo logro?

Primo de Amarante disse...

Não há dúvidas que a regionalização está a dar os seus primeiros passos: Tino sul / Lino norte. Que fazer ao LIno de Rãs que já faz estágio entre as celebridades?!.. Uma sugestão, por favor!

Primo de Amarante disse...

Sobre Faty, perguntem ao Lopes.

o sibilo da serpente disse...

De Rans, não de Rãs, compadre esteves. Quer-se dizer, andou o Tino, não tão célebre como agora, a lutar pela mudança de nome da sua terra, para que o compadre venha agora repôr o batráquio.
Faty de Felgueiras? Bem visto. Desde, claro, que seja com Y, que é coisa muito mais telenovelesca...

o sibilo da serpente disse...

Ah. Ainda sobre o Tino (o de Oeiras): tanto quanto sei, o inquérito começou na comarca respectiva, nas mãos de uma magistrado MP que arquivou o processo e - coisas do destino, claro - acabou num qualquer departamento ligado ao Ministério do Tino. Só depois é que, por força da intervenção hierárquica, passou para o DCIAP. Pelo menso é o que dizem os jornais, esses pântanos de mentiras diárias...

Primo de Amarante disse...

Obrigado por ter reposto a Rans no Tino. Quanto ao resto, ignorava. São dessas coisas que dão o falatório que vai roendo a credibilidade das instituições. Também não percebo, por que os recursos que a serem confirmados davam a perda de mandato do FT não têm prioridade como tem a investigação do Isaltino. Estamos em vésperas de eleições e a impunidade de certos políticos está a ganhar terreno. Mas se a politica nao ganha dignidade pelo funcionamento oportuno das instituições, então é o descrédito total. Um FT ou um Isaltino ou um qualquer Valentim (todos com grande apoio popular, nas suas autarquias ou fora delas) ainda um dia destes candidatam-se a P.R. e ganham. Há muitos patos barvos que esperam por esta gente para investir em "negócio seguro".