25 agosto 2005

toma

toma a minha boca nos teus olhos,
razão radical das minhas palavras,
do desejo que percorre texto e corpo,
riso inesperado,
iluminadas as horas.

toma os meus olhos nas tuas mãos
e terás nelas todas as palavras que não digo,
alegria desmedida
por cada um dos passos dados.

toma a minha pele nos teus lábios,
o passeio inequívoco,
desiderium.
minhas raízes fincadas na terra,
asas voando ao céu.

toma o que quiseres,
tudo.
que não é teu,
nem meu.
mas é nosso,
quando nos olhamos.


silvia chueire

2 comentários:

Silvia Chueire disse...

Obrigada, LC. Fico feliz.

Beijos,
Silvia

Caríssimo Champignon,

Apreciei o seu poema e a aparente ironia dele. Espero que logo encontre um amor completo. : )
Mas tem razão, a continência e a discreção tendem a substituir estes rubros repentes.

Silvia

Silvia Chueire disse...

Pois não se preocupe. Terá sido um poema de um jovem, não a vida. Um poema com alguma lucidez, eu diria, alguma ironia.

Silvia