Francisco Bruto da Costa, no Ciberjus
(excerto final do post de 19/9)
"As atitudes públicas do Governo para com os Juízes demonstram que aquele está empenhado em erigir os Juízes como inimigo principal a ser combatido com base no apoio da opinião pública à acção governativa, uma atitude populista e demagógica que tenta pôr todos contra todos, designadamente opinião pública contra Juízes e contra os profissionais de Direito em geral – o princípio “dividir para reinar” levado a extremos invulgares (e perigosos) desde que Portugal é uma democracia política.
É pois de todo o interesse dos inimigos da magistratura que esta se deixe enredar numa complicada e inexplicável sucessão de acontecimentos que a deslustrem aos olhos da opinião pública – como o é uma greve mal explicada, que as pessoas não entendem.
Os Juízes só têm uma de duas opções, se não quiserem sair muito chamuscados de todos estes acontecimentos: ou arranjam forma de explicar até à exaustão as razões profundas do seu descontentamento à opinião pública, ou pura e simplesmente deverão desistir desta greve que só irá prejudicar (ainda mais) a sua já depauperada imagem.
São essas as razões que me fazem encarar a anunciada greve com a maior das reservas e discordâncias.
Mas decerto que respeitarei sempre a vontade dos meus Colegas democraticamente expressa e colectivamente assumida. "
20 setembro 2005
Duas opções
Marcadores: kamikaze (L.P.)
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