22 setembro 2005

Recuperar a Dignidade

"(...) não é apenas ao legislador, sistema político, que podem e devem ser imputadas as causas das decadência, os diferentes agentes judiciais têem muitas culpas no cartório. Em primeiro lugar, por via de um corporativismo bacoco são incapazes, estruturalmente incapazes, de reconhecer as suas próprias falhas e deficiências, assim como as do sistema, esquecendo que, em nome e na defesa, da sua própria autonomia, muitos dos problemas e 'equivocos' gerados poderiam e deveriam ser resolvidos internamente, pelos respectivos conselhos superiores, esgotando assim, à nascença, muitos dos pretextos de intervenções externas e 'militaristas' que legitimamente podem ser consideradas como lesivas e cerceadoras da independência judicial, fundamental num estado de direito democrático."

Excerto deste post na GLQL

(...) Se as magistraturas querem ser respeitadas, e devem sê-lo, tem também que respeitar a inteligência de todos os restantes cidadãos. Não se podem resignar, muito pragmaticamente, face a tudo e mais alguma coisa, e só berrar desalmadamente quando lhes entram nas regalias. Devem, em suma, recuperar uma parte da dignidade que, por única e exclusiva culpa, tem vindo a perder...

Excerto deste post na GLQL

2 comentários:

Primo de Amarante disse...

200% de acordo, se fosse possível. Lembram-se de ter já dito isto por outras palavras?!...

Um indivíduo foi condenado a oitocentos e tal euros, por dizer, na altura em foi dada pela ultima vez a palavra ao arguído, que não acreditava na justiça.
Nunca percebi esta condenação: tratava-se de uma crença que, no meu modesto entender, nenhuma multa poderia corrigir, mas só reformas profundas no sistema. Para mim, essa multa ganhou um significado. O post responde em grande parte ao sentido desse significado. Será que se assiste a uma mudança de paradigma?!... Mesmo para um agnóstico como eu, ficam votos:Deus queira que sim!

O meu olhar disse...

Fui ver o texto de origem e o que posso dizer é que são escritos como este que nos fazem pensar que ainda há esperança para este País, sobretudo se aquelas reflexões tocarem muitos, ou então, que não atinja em quantidade mas em profundidade. Também seria bom. Digo com o Compadre Esteves: Deus queira que sim!