O azul vai invadindo a escrita
como se uma anemia fosse
corroendo a tinta e a leitura
deixasse de ter hálito.
As palavras perdem espessura
já não nos alongam puídas
nem os olhos as reflectem
nem nos conduzem os gestos.
Como cerzi-las antes
que me esfiape com elas?
22 setembro 2005
AS PALAVRAS PERDEM ESPESSURA
Marcadores: Rui do Carmo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
"O que eu vi,
sempre,
é que toda acção
principia mesmo
é por uma palavra pensada.
Palavra pegante, dada ou guardade que vai rompendo rumo"
Guimarães Rosa
Para o Rui do Carmo
Subscrevendo Chuang Tzu, na poesia "Quando o Conhecimento foi ao Norte"
"O Conhecimento vagueou ao Norte
Procurando pelo Tao, acima do mar das Trevas
E acima da montanha, encontrou
O Não-Agir, o Sem-Palavras"
Ah, ótimo!
Por acaso estou terminando um poema que toma rumo diferente, mas que também diz de palavras e gestos.
Mas nada tem a ver com o Tao. : )
Abraços,
Silvia
Enviar um comentário