14 novembro 2005

Flaches da imprensa do fim de semana

por Rui do Carmo

1. As notícias erradas sobre a fundamentação da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa no acórdão que confirmou a não pronúncia de Francisco Alves, Herman José e Paulo Pedroso e a tentativa de, a partir delas, reabilitar a teoria da cabala e destilar mais algumas gotas de alguns ódios de estimação contra o Ministério Público continuaram mesmo depois de os juízes desembargadores que o proferiram terem esclarecido publicamente que a comunicação social lhes tinha atribuído afirmações que não eram da sua autoria mas sim de advogados dos arguidos. Agora foi na rubrica assinada por Fernando Madrinha no Expresso.
No blog Causa Nossa, o post de Vital Moreira foi já corrigido.
Esperemos que Fernando Madrinha faça o mesmo no Expresso do próximo sábado.
É que com pressupostos errados não pode haver uma discussão séria!

2, 3, 4 e 5 - ler no Mar Inquieto.

7 comentários:

Primo de Amarante disse...

Só falei duas vezes com Vital Moreira. Uma na Clepsidra, em Coimbra; outra, no Orfeuzinho, no Porto. Achei-o distante e antipático. Mas, não confundo os meus sentimentos subjectivas com a opinião racional. A atitude que ele acaba de tomar no seu blog vem confirmar a opinião racional que dele construi. Penso que a capacidade de fazer autocritca é a única caracteristica que pode distinguir a honestidade e o rigor intelectul da retórica de circunstância.

Kamikaze (L.P.) disse...

Quanto a miM VM nao fez qualquer auto-critica, pois o que ele fez, tao pressurosamente quanto da 1ª vez, foi APAGAR o que escrevera e sobre o que ja havia N comentarios e posts na blogoesfera!!! AUTOCRITICA seria ter mantido o post tal como o escrevera e vir noutro dar a mao a palmatoria! Como alias e regra na blogoesfera!
Mas ja ha muito se viu, pelo que vai escrevendo no Causa Deles, que esse nao e o estilo do prof Vital.

Kamikaze (L.P.) disse...

Para alem do artigo de F Madrinha referido por Rui do Carmo no post, tambem na secçao "frases da semana" do Expresso, constam alegadas citaçoes do acordao que mais nao sao do que citaçoes de alegaçoes dos recorrentes, como ja tinha sido esclarecido em comunicado a Lusa pelo juiz relator! Pelos vistos no Expresso para alem de treslerem acordaos, so se leem a eles proprios!
VIVA A DESINFORMAÇAO/INTOXICAÇAO da opiniao publica.

Kamikaze (L.P.) disse...

Sobre o editorial do DN do dia 12, assinado por Antonio Jose Teixeira intitulado "Uma Justiça Irresponsavel" ler o post de F Bruto da Costa intitulado "Editorial hiper-irresponsavel no DN", este post do Jose e ainda este do Joeiro.

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E sobre os artigos do Publico de hoje 14,relativos ao tema PP/Casa Pia, ver o post do Jose "Engano Publico".

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E para terminar o copy-paste em grande, a pluma do Manuel:

"A decisão da Relação de Lisboa de confirmar a não pronúncia de Paulo Pedroso no âmbito do Processo Casa Pia tem sido pretexto para mais uma onda de editoriais onde o nosso aparelho de justiça, e nomeadamente o Ministério Público, é posto abertamente em causa. Convinha contudo que o entusiasmo de alguns editorialistas não fizesse perder de vista o essencial. É que sendo verdade que há muito de anormal e anacrónico na nossa Justiça, por muito que custe ouvir também não é menos verdade que o Caso Casa Pia foi, apesar de todas as atribulações, um dos raros processos verdadeiramente relevantes onde a máquina de justiça deu sinais não só de querer funcionar como de ser verdadeiramente independente."

continua aqui

Primo de Amarante disse...

Já tinha lido esses textos. Penso que VM ao apagar o que tinha escrito fez, de certa maneira, uma autocritica, na medida em que foi capaz de considerar que a sua primeira opinião não estava certa. Como sabe, há muita gente que considera que nunca tem dúvidas e nunca se engana e tem sempre argumentos para defender a sua posição, mesmo que ela seja, aos olhos de toda gente, absurda.

josé disse...

Meu caro compadre:

A correcção que Vital Moreira fez, ocorreu após a descoberta de que o acórdão não dizia o que foi dito que dizia.

O normal, desejável e expectável( palavra a tresandar a anglicismo, mas que existe no nosso dicionário e é agora muito utilizada no economês político ou na politiquez económica) seria a correcção em modos "correctos", ou seja a assunção de um engano e um pedido de desculpas pelo que se disse aos visados.

Nada disso aconteceu e ainda por cima, manteve-se o teor do postal que continua a ser uma perfeita ignomínia aos profissionais que trabalham honestamente. Uma acusação brutal e um pedido descarado de responsabilidades pessoais, com base em...quase nada! E de jurídico, nada mesmo!

Esse comportamento de Vital Moreira, o caro compadre, compreensivo e bom como mostra ser, nem sequer admite como possível.
Rerspeito a sua interpretação e não volto a incomodá-lo com este assunto.
Até porque há muitos outros assuntos que tornam a conversa virtual consigo, uma maravilha.
Uma abraço.

Primo de Amarante disse...

Obrigado pelas suas simpáticas palavras. Eu sou somente como sou ("eu e as minhas circunstãncias", como diria o filósofo) e não posso desligar-me da minha cultura judaico-cristão que me leva sempre a pensar ser mais importante que o retratar-se publicamente, o saber-se que o outro já reconheceu o engano. Engano que não é, se pensarmos bem, estrondoso: resulta, tanto quanto o meu modo de ver avalia, de um pequeno ruído. O estrondoso foi o espectáculo dado com a prisão. Sei de alguém que se suicidou, porque foi acusado de um crime que depois se veio a confirmar não ter cometido. Podia-lhe dar mais exemplos, mas apenas quero referir o aviltamento que sofre quem é acusado de algo que, pelo menos, não está bem esclarecido e pode não ter cometido.
Eu não gosto muito de discutir na primeira pessoa ou no caso pontual. Prefiro a disussão em termos gerais, ao nível dos princípios e, por isso, mais abstracta. Vivemos uma cultura muito jacobinista e individualista e há sempre o risco de se poder ser interpretado como falar para visar pessoas, levando à reacção: não está comigo (com a defesa da profissão que tenho), logo estás contra mim (ou contra a profissão que represento). Como já lhe disse, o que me interessa é que as instituições funcionem bem, correpondendo às expectativas que acerca delas todas as pessoas de bem criaram. E quanto às pessoas com quem dialogo, faço-o porque merecem a minha admiração. Quando sei que alguém me mordeu pela calada, eu, geralmente, passo à frente e deixo de lhe dar conversa.