18 novembro 2005

O nosso tempo

“O tempo não tem margens. Passa e nós passamos com ele” Lamartine

Andamos sempre muito atrapalhados com a gestão do nosso tempo. Nunca chega para tudo o que queremos dele. O tempo não é só grátis, como também é justo: todos recebem a mesma quantidade todos os dias. Mas esta é uma igualdade enganadora, uma vez que algumas pessoas conseguem tirar mais das suas 24 horas, que outras.
A este propósito, pensei em começar a escrever alguns textos sobre a gestão do tempo, porque de facto é uma questão estrutural, e é, cada vez mais, uma fonte de stress. Espero que vos sejam úteis.

O primeiro passo no sentido de se tornar um gestor de tempo eficaz é aceitar o facto de que não se pode fazer tudo e parar de viver como se o pudesse fazer. Identificar prioridades será o segundo. Agir na base das prioridades tornar-se-á mais fácil. Nos esforços para controlar o tempo, a atitude face ao tempo é crucial.
È importante colocar a nós próprios a questão: eu faço uma gestão correcta do meu tempo? Uma forma possível de responder a esta questão é verificar se apresentamos alguns dos sintomas da má gestão do tempo:
Sintomas objectivos: horários sobrecarregados; prazos não respeitados; referência constante ao passado; não admitir a iniciativa dos outros; tratamento dos problemas de uma só vez; não recusar seja o que for; assuntos sempre tratados superficialmente; impossibilidade de marcar um encontro a curto prazo; encontros anulados no último minuto; discussões profissionais sistemáticas durante a refeição; decisões precipitadas ou arrastadas. Sintomas subjectivos: fadiga: irritabilidade; lamentações e queixas sem dar por isso; aborrecimento.
Muitas vezes não percebemos os sintomas ou não queremos percebê-los. É importante começar a mudar. Ao fazermos uma melhor gestão do nosso tempo produzimos mais com menor esforço, trabalhamos com mais inteligência e lucidez, reduzimos o stress, ficamos aliviados de actividades inúteis e em consequência temos mais possibilidade de fazer o que é verdadeiramente importante e atingir os objectivos a que nos propomos ou que nos são propostos.

Os gestores eficazes não começam pelas tarefas, mas antes pelo seu tempo, pela análise de como o seu tempo é empregue. Depois tentam controlar o tempo diminuindo as suas utilizações improdutivas.
Se tivermos isto presente, verificamos que a forma como se gasta o tempo tem a ver com aquilo que somos. A forma como se gasta o tempo define um pouco a nossa personalidade.


Próximo episódio: como fazer o diagnóstico.

4 comentários:

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Este é, de facto, um tema muito interessante. Interessei-me por ele e, há alguns anos atrás, cheguei a escrever um artigo sobre gestão do tempo no jornal de uma associação empresarial.

M.C.R. disse...

E queria v. abandonar-nos? Quando tem tanto para dar? E dando-o de uma maneira tão interessante?
Vou estar atento e... grato.

Primo de Amarante disse...

Quanto a mim, sinto-me fora do tempo.

Silvia Chueire disse...

Gerir o tempo ou ser gerida por ele. Também estarei atenta a estes posts.

Abraço,
Silvia