07 novembro 2005

é preciso


é preciso dizer
o que move esta manhã
a entrar-nos pelos olhos,
o que nos move.

esquecer as metáforas
e colocar as mãos no poema,
no poema concreto
que anda sobre, dentro
e por baixo de nós.

sentir sua respiração,
seu ritmo.

é preciso viver,
na acepção mais ampla.


silvia chueire

2 comentários:

Primo de Amarante disse...

De manhã
sinto-me transfuga do sono
acenando à serra,
acompanhando um perdigueiro farejando em liquidas curvas um horizonte.

De manhã
sinto-me perdido em mim,
sempre a sonhar no azul que me chama ao cimo da montanha.

Sinto-me "viver na acepção mais ampla".

um abraço.

Silvia Chueire disse...

E é o que importa, compadre, como nos sentimos.

Obrigada.

Abraços,
Silvia