Já por diversas vezes, senti-me tentado a dar aqui a minha opinião sobre a violência que atravessa França e que começa a estender-se pelos países limítrofes. Não sou capaz. Eu, que tenho tantas dificuldades em gerir o comportamento dos meus filhos, não tenho legitimidade para julgar o comportamento dos filhos dos outros. Estamos perante problemas derivados da globalização, da incapacidade da Europa para evitar a segregação e a exclusão social? Talvez. Mas talvez o principal problema não esteja aí. Muito provavelmente, o problema está na incapacidade das sociedades civilizadas para gerir o seu dia-a-dia. Talvez o problema esteja nas famílias e, sobretudo, na facilidade com que as famílias se desestruturam em nome de uma competição interna e de uma ambição desmedida, que potencia o desvalor e o desamor. Cada vez mais, é neste cenário que as crianças ganham a sua adolescência. E, cada vez mais, é assim que se revoltam... Até se tornarem criminosos, mais do que apenas rebeldes.
10 novembro 2005
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1 comentário:
Na "mouche"!
O problema não é de exclusão (até porque a França sempre praticou uma política de inclusão e assimilação). Auqles jovens toda a vida viveram de subsídios sem fazerem nada!
A questão é de educação e resulta da ausência da família no processo educativo. Na nossa moderníssima civilização vamos destruindo todos os fundamentos da vida em sociedade e que permitem a socialização do ser humano.
Repare-se que a destruição é de bens de vizinhos e dos bens públicos. Trata-se da recusa da vida em sociedade e de quaisquer regras. É puro anarquismo, em defesa de uma poretensa ofensa à honra. E digo pretensa porque aqueles jovens comportam-se como escumalha.
Não percebo é como estes acontecimentos provocam tanta esperança nos meios libertários de uma falsa esquerda !
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