03 fevereiro 2006

do esquecimento



olho na direção da memória
as coisas que caem
- às vezes fragorosamente,
outras com o som do baque
de um corpo,
algumas com leve ruído -
perdidas de si,
despregadas de nós,
fios a ligar-nos
frágeis à tarde
que cai do nosso bolso
num chão qualquer
e nos condena à deambulação.



silvia chueire

3 comentários:

Primo de Amarante disse...

Também sei o que é estar "condenado à deambulação". Há coisas que caiem com tanta força que não percebos por que cairam em nós e até a memória fica em escuridão.
Gosto do poema, mas li-o de maneira a entender a memória, como escultora do tempo,como diria Marguerite Yourcenar

Primo de Amarante disse...

queria dizer "não percebemos". faltam-me já força nos dedos. Bem... em outras coisas, já há muito tempo...

Silvia Chueire disse...

Caros compadre e Rui,

Fico grata pelas suas palavras. Muito. Tenho grande apreço pelo que pensam.

Um abraço,
Silvia